Estudo da Nature Finance, que contou com apoio de Coalizão e outras organizações, destaca que atividade já movimenta mais de US$ 5 trilhões no mundo
A bioeconomia movimenta um mercado global estimado em cerca de US$ 5 trilhões, com potencial para alcançar US$ 30 trilhões até 2050, segundo o Fórum Mundial de Bioeconomia. Além de seu peso econômico, esta atividade é fundamental para a transição rumo a uma economia mais sustentável, equitativa e de baixo carbono. Deve, ainda, conferir resiliência frente à crise climática e garantir a geração de renda para populações rurais e de regiões florestais.
Diante desse potencial, a Nature Finance e o Fórum Mundial de Bioeconomia lançaram, no último dia 12, em evento no Rio de Janeiro, o estudo “Financiando uma Bioeconomia Global e Sustentável”. Além das duas entidades, também contribuíram para a publicação 20 organizações da sociedade civil, entre elas a Coalizão Brasil. O estudo tem como objetivo principal contribuir com uma maior compreensão do cenário atual e futuro da interface entre bioeconomia e finanças.
A publicação ressalta que a bioeconomia é fundamental para uma transição econômica justa e sustentável. Por isso, deve ser desenvolvida considerando aspectos sociais e ambientais, além das necessidades dos povos da floresta e comunidades tradicionais. O estudo recomenda, ainda, a garantia de melhores preços para os recursos naturais e o alinhamento da estrutura financeira internacional para esse tipo de atividade econômica.
Para Iuri Cardoso, coordenador de advocacy da Coalizão, um dos pontos fortes do estudo é apresentar alguns dos desafios para o financiamento da bioeconomia. “Ele também indica saídas importantes que precisarão ser consideradas no desenvolvimento do Plano Nacional de Bioeconomia. São elas o impulsionamento ao financiamento público e privado, a criação de um bom ambiente regulatório e o uso e desenvolvimento de tecnologias, bem como a importância de considerar especificidades dos grupos e regiões onde a atividade for desenvolvida.”
Esse é o terceiro de uma série de estudos desenvolvidos em apoio à Iniciativa de Bioeconomia do G20 (GIB), criada pelo Brasil, que ocupa a presidência da cúpula das maiores economias do mundo em 2024.