11/2015

Tempo de leitura: 3 minutos

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Atividades de baixo carbono serão a chave do futuro

Quanto custa restaurar 12 milhões de hectares de florestas, implantar a agricultura de baixo carbono e aumentar em dez vezes a área de manejo florestal sustentável até 2030? Essas foram as perguntas básicas que a Coalizão lançou para entender a viabilidade econômica de suas propostas e os caminhos para o Brasil cumprir as metas da INDC. Os primeiros resultados, ainda preliminares, apontam que se está diante de um grande projeto, que exigirá uma transformação significativa da economia.

A aproximação dessas duas dimensões (meio ambiente e economia) ficou a cargo do Instituto Escolhas e do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVces), com equipes multidisciplinares, trabalhando a pedido da Coalizão. A apresentação inicial de conclusões, em 11 de novembro, ocorreu na capital paulista e contou com vários representantes da Coalizão, como Agroicone, Amata, Cebds, Fibria, Diálogo Florestal, Instituto Ethos, Imaflora, Instituto Arapyaú, SRB, TNC e WRI, além de convidados do BNDES, McKinsey e Unicamp, entre outros.

Para cada um dos três eixos do estudo — manejo florestal sustentável, restauração de florestas e agropecuária de baixo carbono —, os pesquisadores partiram de premissas estabelecidas anteriormente com os grupos de trabalho da Coalizão. Os diferentes cenários consideraram elementos como custos, benefícios socioeconômicos, resultados em termos de geração de renda, emprego e arrecadação de impostos.

No caso do manejo, as análises aconteceram dentro de um horizonte temporal de 25 anos, com foco em Amazônia e Mata Atlântica. Para a restauração, consideraram-se os modelos previstos no Planaveg, o plano do governo federal para recuperação de APPs e Reservas Legais, contemplando 12 milhões de hectares. A agropecuária de baixo carbono foi investigada em termos de custos para a recuperação de áreas degradadas, bem como para implantação de sistemas de integração pecuária-floresta em 30 milhões de hectares.

Três desafios

As primeiras conclusões foram objeto de intenso debate no evento, com sugestões de inclusão de novos parâmetros e referências. Gustavo Junqueira, da SRB (Sociedade Rural Brasileira), sintetizou o espírito das manifestações: “Temos de entender a magnitude do que queremos transformar. Não vamos resolver isso numa tarde, mas está claro que a realidade de hoje não conseguirá coexistir com o futuro que estamos planejando. Precisamos virar a chave e avançar para um novo modelo”.

Agora, os especialistas voltam a se debruçar sobre as avaliações, com três desafios principais: unificar a metodologia das duas frentes de trabalho (GVces e Instituto Escolhas), reativar nos GTs da Coalizão os complementos das informações colocadas em xeque e trabalhar a linguagem, de maneira a facilitar o entendimento dos desafios e oportunidades da economia de baixo carbono pela sociedade como um todo.

“O papel da Coalizão mais uma vez se consolida como o de um movimento que revisita prioridades, entende quem são os participantes fundamentais nos caminhos que estamos analisando, e tudo isso com várias instituições trabalhando em conjunto”, observou Roberto Waack, da empresa Amata. “Algumas questões sempre vão nortear essa jornada: o que precisa ser feito, com quais recursos, como devemos nos mobilizar para que os recursos apareçam, além de monitorar a implementação desse jogo, traduzindo cada ponto para o cidadão comum.” Uma nova versão do estudo, revisada, deve ser divulgada antes do início da COP 21, em Paris, que começa em 30 de novembro de 2015.

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