Documento traz 15 propostas agrupadas em três eixos: fim do desmatamento, combate à fome e geração de renda
A Coalizão Brasil lançou em junho um documento com propostas aos candidatos aos governos federal e estaduais, além de aspirantes à Câmara dos Deputados e ao Senado, que traz elementos-chave para interromper a degradação socioambiental e avançar em uma agenda que atenda aos anseios da população e às urgências da área agroambiental.
Trata-se de um documento-síntese, que será depois detalhado em uma nota técnica, e faz parte de uma série de ações, chamada “Rota Eleições”, que o movimento fará durante o período eleitoral e governos de transição.
As propostas giram em torno de três eixos: o combate ao desmatamento e à perda de recursos naturais; a produção de alimentos e o combate à fome; e geração de emprego e renda. O documento explica a importância de abordar cada um desses pilares sob a lente da economia de baixo carbono, da inclusão e da competitividade do país, e apresenta medidas concretas para a implementação de suas contribuições.
O documento apresenta 15 propostas, que abrangem questões como regularização ambiental, financiamento e crédito verdes, pagamento por serviços ambientais e apoio ao agricultor familiar. São elementos-chave que contribuem para o fortalecimento do debate da agenda agroambiental e para o desenvolvimento de políticas públicas.
“Meio ambiente, clima e equidade são o centro de um eixo que levará a uma nova economia, próspera e inclusiva para todos os brasileiros, inclusive os amazônidas e os povos indígenas, gerando desenvolvimento sem desmatamento”, afirma o documento.
Esta não é a primeira vez que o movimento apresenta propostas a candidatos à Presidência da República, aos governos estaduais e ao Congresso. Em 2018, o movimento elaborou um relatório com 28 propostas. Este foi um dos pontos de partida para a construção do novo documento para o pleito deste ano.
Houve, ainda, uma ampla revisão dos materiais técnicos já produzidos pelo movimento, debates com outros coletivos e iniciativas envolvidos com a intersecção entre a agenda ambiental e a eleitoral, além de um processo de consulta às lideranças das diferentes instâncias da Coalizão, como Fóruns de Diálogo e Forças-Tarefa e os grupos Estratégico e Executivo.
Renata Piazzon, diretora do Instituto Arapyaú, e Paulo Dallari, diretor de Relações Governamentais da Natura &Co, que lideram o Comitê Eleições da Coalizão Brasil, destacam, em entrevista, que o documento também reforça a defesa da democracia. “Qualquer visão de futuro da Coalizão só se realiza no ambiente democrático”, afirma Dallari.
Assim, o documento destaca, no início, que as propostas “têm como norte a democracia, a construção de soluções baseadas no diálogo, na participação inclusiva e no direito mútuo”.
Como próximos passos, a Coalizão buscará o apoio de sua rede de membros para distribuir e disseminar as propostas aos candidatos. Além disso, deu início a uma campanha nas redes sociais (Instagram, Facebook, Twitter, YouTube e LinkedIn).