11/2017

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Coalizão participa de cinco eventos de parceiros durante a COP 23

Foto: Rudá Capriles/Envolverde

Além dos eventos promovidos pela Coalizão durante a COP 23 (no Espaço Brasil e o side event no pavilhão da Turquia), o movimento foi convidado por parceiros a integrar a programação de outros debates durante a conferência.

No evento da International Union for Conservation of Nature (IUCN), em 8 de novembro, foram debatidas as oportunidades para restauração florestal em alguns países. Rachel Biderman, diretora-executiva do WRI Brasil, representou a Coalizão Brasil e falou sobre os trabalhos do GT Restauração & Reflorestamento. Biderman ressaltou a inovação da Coalizão e a união de tantos atores e setores em prol de um uso mais sustentável do solo no Brasil.

“Destaquei a importância de elaborar iniciativas de larga escala com plantio econômico florestal e agroflorestal. Os representantes da IUCN ficaram muito impressionados com o nível da organização e foco da Coalizão e também com o caso de plantio econômico para larga escala (projeto VERENA)”. Biderman mencionou a importância de se reproduzir iniciativas como a Rede Sementes do Xingu, em vários biomas, para que o Brasil tenha a capacidade de cumprir com a meta de plantio da NDC brasileira.

No dia 9 de novembro, André Guimarães, diretor-executivo do IPAM, representou a Coalizão no debate “Low Carbon Agriculture Monitoring in Brazil”. Durante o evento, Guimarães disse que “um dos maiores desafios dos próximos anos do Brasil é conciliar a agenda de conservação com a agenda de uso do solo para a agricultura e pecuária, tornando essa junção de ativos (natural e produtivo) sinergicamente positivos. Nesse contexto, a ação da Coalizão é absolutamente fundamental para que o país avance nesse processo”.

No dia 14 de novembro, aconteceu o “Amazon Bonn: Discutindo os desafios e as oportunidades para atingir o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, evento promovido pelo Ministério do Meio Ambiente do Brasil e o Fórum dos Governadores da Amazônia Legal, ao lado do Ministério para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Alemanha (BMZ), do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES)/Fundo Amazônia e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). Governos, setor privado e sociedade civil se reuniram para discutir os desafios e as oportunidades envolvidas no trabalho pelo desenvolvimento sustentável na floresta.

Diversos investimentos foram anunciados no evento. Um acordo entre a Alemanha e o Fundo Amazônia/BNDES foi assinado, para uma nova contribuição de € 33,92 milhões para o Brasil, pela taxa reduzida de desmatamento na Amazônia em 2015. A Alemanha também anunciou que irá repassar ao governo do Acre € 10 milhões, pelo kfW (Banco Alemão de Desenvolvimento) em pagamento pelo resultado na queda do desmatamento entre os anos de 2017 e 2020. Já o governo de Mato Grosso receberá € 17 milhões, com recursos do BMZ, também por redução de desmatamento, num esforço de fortalecimento da estratégia PCI (Preservar, Conservar, Incluir), que o governo do Estado lançou na COP 21, em 2015. Mato Grosso e Acre também receberão recursos do Reino Unido, 23 milhões de libras para o primeiro Estado e 17 milhões de libras para o segundo.

Marcelo Furtado, facilitador da Coalizão, moderou o painel “Desafios e oportunidades para o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, durante o Amazon Bonn. Na mesa debate, estavam presentes Raimundo Deusdará (diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro – SFB), Pedro Soares (Gerente do Programa de Mudanças Climáticas e REDD+ do Idesam), Steve Schwartzman (diretor do Environmental Defense Fund- EDF) e Marcelo Dutra (secretário de estado de Meio Ambiente do Amazonas).

Dutra afirmou que, para combater o desmatamento, são necessárias ações complementares ao Comando e Controle, como a concessão florestal. Segundo Deusdará, essa modalidade de parceria com o setor privado para explorar a floresta de forma monitorada, traz não apenas benefícios ambientais, mas também sociais, pois tem o potencial de gerar emprego e renda em regiões muito pobres. Mas, para isso, é preciso superar alguns desafios que se arrastam desde a década de 1970 (problemas de logística, regularização fundiária e a competição com a madeira ilegal).

Mecanismos econômicos são mais um recurso no combate ao desmatamento. Schwartzman lembrou que o Brasil precisa mudar sua posição em relação a esses mecanismos, como o mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL).

Para conseguir virar o jogo de vez, Soares acredita que o setor florestal precisa alcançar mais representação na economia do país. “Precisamos ir além e chegar em 2030 já com os instrumentos complementares funcionando”, segundo ele, que mencionou o REDD+ como um exemplo de ação adicional aos demais esforços para reduzir emissões do desmatamento.

No dia 15 de novembro, Furtado foi convidado a participar da mesa de debate “Plano ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono”, no Espaço Brasil, organizado pelo GVces. Segundo ele, a relevância da ABC para o cumprimento da NDC é um consenso na Coalizão, mas o movimento vai além no debate sobre agricultura, incluindo também uma visão sobre o potencial das espécies nativas e a necessidade de fortalecer o Código Florestal.

Em 17 de novembro, a Coalizão fez sua última participação na COP 23. Também no Espaço Brasil, o debate “Avanços necessários para a economia florestal no Brasil”, promovido pelo GVces e APEX-Brasil, contou novamente com a participação de Furtado entre os debatedores. Ele reforçou a importância de combater à concorrência desleal que a exploração ilegal de madeira representa aos produtores que estão em compliance. “Enquanto não conseguirmos mudar essa chave, envolvendo a sociedade e a cadeia de valor até o consumidor final, avançar na economia florestal será muito difícil”, afirmou.

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