08/2021

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Coalizão participa de reunião com Alok Sharma, presidente da COP26

Fotos: Michael Barnes/Cabinet Office

No dia 3 de agosto, durante visita ao Brasil como presidente da COP 26, o político britânico Alok Sharma reuniu-se com representantes da sociedade civil na Embaixada do Reino Unido. O Instituto Clima e Sociedade (iCS) e a Coalizão Brasil foram convidados pela embaixada para serem parceiros na organização desse encontro.

A reunião teve a participação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), do Observatório do Clima e da iniciativa Uma Concertação pela Amazônia, além da Coalizão e do iCS.

A importância do uso da terra e a urgência do combate ao desmatamento no contexto brasileiro e para a agenda climática foram destacadas pelos representantes das entidades. Também foi abordada a relevância de se envolver os povos originários e as comunidades tradicionais nas soluções para o enfrentamento da mudança climática e de garantir a participação efetiva dessas populações na COP 26. Os povos da floresta desempenham papel central na conservação dos territórios e da biodiversidade e vivem uma situação de vulnerabilidade no Brasil. Vale lembrar que, pela primeira vez nas COPs, haverá comitês consultivos da sociedade civil, dos quais os povos indígenas fazem parte.

Além disso, os participantes enfatizaram a necessidade de haver ampliação da ambição das metas de redução de emissões de GEE pelos países e, nesse sentido, causa preocupação a revisão, apresentada em 2020, da NDC brasileira. No Brasil, o cumprimento das metas depende da redução do desmatamento, aliada aos mecanismos financeiros para a conservação das florestas. Nesse sentido, o grupo ressaltou a importância de se finalizar, na COP26, as negociações e regras do Artigo 6º e garantir a integridade do Acordo de Paris. Rachel Biderman, cofacilitadora da Coalizão e vice-presidente para Américas da Conservação Internacional (CI), reforçou as Soluções Baseadas na Natureza como tendo papel fundamental para a implementação do Acordo de Paris e a importância da alocação de US$ 100 bilhões ao ano para os países pobres, por meio do Fundo Verde do Clima.

Por fim, foi destacado o papel dos governos subnacionais, parlamentares e atores não-estatais para o Brasil avançar na agenda climática e que os setores privado e financeiro, que nunca estiveram tão envolvidos no tema e atualmente estão demonstrando compromissos com a descarbonização da economia, estão alinhados aos pleitos da sociedade civil. A reunião representou a perspectiva de uma sociedade brasileira unida e fortalecida.

Sharma, por sua vez, explicou que a COP focará em manter a meta de 1,5°C e que é necessário ampliar a ambição por parte dos países em suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa. Garantir aprovação do Artigo 6º do Acordo de Paris será outro foco da COP. Sharma também disse que haverá esforços com relação ao fundo de US$ 100 bilhões, pois, sem isso, será muito difícil avançar nas negociações. Reforçou, ainda, que o Reino Unido está trabalhando intensamente para fazer uma COP presencial, segura e inclusiva, e anunciou que deve haver novidades sobre os caminhos para isso nas próximas semanas.

Reuniões com embaixadas

Além do encontro com Alok Sharma e do diálogo com a embaixada e representantes do Reino Unido, a Coalizão tem realizado reuniões e encontros com as embaixadas da China, Estados Unidos, Noruega, União Europeia, Alemanha e Dinamarca, além de outros atores internacionais, para aproximação e debate sobre a agenda de clima, florestas e agricultura.

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