O Acordo de Paris, fechado em 12 de dezembro de 2015, é um marco histórico para futuro do planeta. A Coalizão esteve presente com mais de 50 representantes na Conferência do Clima, os quais participaram de diversos eventos tanto na primeira semana quanto na segunda, e acompanharam as negociações até seus momentos finais.
Além do mérito do esperado acordo, a COP 21 evidenciou a importância do papel da sociedade civil e do setor privado na implementação das ações de mitigação e de adaptação. A Coalizão ratificou assim seus preceitos e a união de vozes de diferentes setores em torno da causa do clima.
O movimento reconhece o desempenho decisivo da delegação brasileira nas negociações em Paris, e espera que haja uma forte atuação do governo em âmbito nacional para liderar a implementação da agora chamada NDC brasileira, com a participação da sociedade civil, uma vez que não se trata mais de intenções, mas de compromissos assumidos pelo Brasil perante o mundo.
Ambiente fértil
O Acordo de Paris cria um ambiente fértil para a implementação das inúmeras propostas da Coalizão, no sentido de promover uma economia florestal e agrícola competitiva, inclusiva e de baixo carbono, em benefício do Brasil e do mundo.
Entre os destaques, validou um novo mecanismo de mercado, que toma como base a experiência existente, e dá sustentação para a continuidade e o incremento das atividades de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação).
A inserção do Artigo 5 no Acordo, específico para florestas e REDD+ sinalizou positivamente para a importância da conservação das florestas e do aumento de estoques de carbono. Já o Artigo 6, que trata da criação de um mecanismo que contribua para a mitigação das emissões de GEE (gases de efeito estufa) e apoie o desenvolvimento sustentável, deixa aberta a possibilidade para o estabelecimento de mercados compensatórios para projetos de carbono florestal ou mesmo de REDD+.
Esses artigos respondem a reivindicações de várias instituições que fazem parte da Coalizão, que é a de dar escala e garantia de liquidez a mecanismos de valorização do carbono.
Na agropecuária, a tarefa nacional é enorme, mas rica em oportunidades, uma vez que a adoção em escala de práticas sustentáveis pode dar maior competitividade ao país. O desafio está em garantir políticas públicas e de financiamento que assegurem segurança aos produtores e investidores, e conscientizem o consumidor final do valor agregado dos produtos oriundos de práticas sustentáveis.
Vale lembrar ainda que as metas brasileiras para as mudanças climáticas dialogam com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, anunciados em setembro, e ampliam a relevância das propostas da Coalizão. Entre os 17 objetivos globais estão, por exemplo: garantir a segurança alimentar e promover a agricultura sustentável, proteger, recuperar e promover o uso adequado dos ecossistemas terrestres, manejar sustentavelmente as florestas, promover a restauração, combater o desmatamento e a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e a perda de biodiversidade.