Os cofacilitadores da Coalizão Brasil André Guimarães, diretor executivo do IPAM, e Marcello Brito, presidente da Abag, participaram no dia 13 de agosto de uma live com o cineasta Estevão Ciavatta, em seu perfil do Instagram. O bate-papo fez parte de uma série de conversas sobre a Amazônia para promover o lançamento do documentário de Ciavatta “Amazônia Sociedade Anônima”, que aconteceu no dia 21 de agosto, no serviço de streaming Globo Play e no Canal Brasil.
A conversa girou em torno da relação entre o agronegócio e as organizações não governamentais sobre o uso da terra. A primeira questão-chave foi: “o agro é vilão ou parte da solução para a Amazônia”?
“Para nosso país, o agro deveria ser parte da solução, porque temos forte dependência econômica do uso da terra. Estudos recentes indicam que uma minoria dos produtores rurais está em desacordo com o Código Florestal, mas essa minoria acaba por contaminar a imagem de todo o setor”, disse Guimarães.
Brito lembrou que cerca de 200 países são importadores do agro brasileiro. “Só esse dado já indica que é um contrassenso achar que a maioria dos produtores é ruim. Não é. Estou aqui pelo agro legal e decente. O grileiro e o desmatador são bandidos, não são do agro”, afirmou.
A segunda parte do bate-papo trouxe a debate a mesma pergunta, porém desta vez em relação às organizações da sociedade civil. “As ONGs são vilãs ou parte da solução para a Amazônia?” Brito defendeu o importante papel da sociedade civil na construção de alternativas e soluções sustentáveis para as empresas. “Um monte de empresário tem horror a ONGs. Por que ter terror a alguém que representa uma parcela da sociedade? Você tem que pelo menos sentar e ouvir [o que eles têm a dizer]”, disse Brito.
Guimarães concordou. “Achar que as ONGs são vilãs é considerar a população como vilã. Não vejo como uma sociedade moderna possa prescindir da sociedade civil organizada. Ela tem um papel central na atualidade e pode contribuir com as empresas fornecendo informações para a tomada de decisão. O contraditório é essencial para construir soluções”, defendeu.
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