10/2020

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Estudo mostra que é possível monitorar origem da carne na Amazônia e no Cerrado

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A Coalizão Brasil e a iniciativa Amazônia Possível lançaram um estudo sobre a rastreabilidade da carne no Brasil em um webinar durante a Climate Week de Nova York, no dia 23 de setembro. Uma das principais conclusões desse documento é que o País tem como monitorar e garantir a produção de carne livre de desmatamento ilegal. O estudo “Rastreabilidade da Cadeia da Carne Bovina no Brasil: Desafios e Oportunidades” traz ainda 42 recomendações para o fortalecimento do controle da qualidade ambiental da carne.

No webinar “Possible Amazon: Beef Traceablity”, Bianca Nakamato, analista de Conservação do WWF-Brasil e uma das líderes da Força-Tarefa (FT) de Rastreabilidade da Carne, criada no âmbito do Fórum de Diálogo Desmatamento da Coalizão, apresentou os principais elementos e recomendações do estudo. Márcio Nappo, diretor de Sustentabilidade da JBS e colíder dessa FT, comentou os resultados, apontando os principais desafios do ponto de vista da indústria.

O estudo foi realizado pela Agrosuisse, sob a coordenação dessa FT. Fazem parte dela as seguintes organizações: Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), EQAO, GTPS (Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável), Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), Instituto Arapyaú, Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), JBS, Marfrig, Partnerships for Forests – P4F, Solidaridad Network, TNC (The Nature Conservancy), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Vicente e Maciel Advogados e WWF Brasil.

O webinar contou também com a participação de Christopher Wells, head global de Riscos Ambientais e Sociais do banco Santander, que falou dos desafios do setor da carne do ponto de vista das instituições financeiras, de André Guimarães, diretor executivo do Ipam, e Marcello Brito, presidente da Abag. Guimarães e Brito são cofacilitadores da Coalizão Brasil.

Brito lembrou que o documento aponta caminhos para tornar a cadeia mais transparente e competitiva. “O estudo não é para dizer o que tem que ser feito. Levantamos possibilidades e caminhos para a rastreabilidade para esse setor tão importante para o Brasil do ponto de vista econômico, social, de impostos, de geração de riquezas, do desenvolvimento do país.”

Assista aqui ao webinar.

Segundo o estudo, o monitoramento da carne se torna possível mediante a integração de informações de documentos como a Guia de Transporte Animal (GTA), o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e os respectivos mecanismos legais que permitam sua validação conjunta, e seguindo as exigências estabelecidas pelos acordos firmados no âmbito do Sistema Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia de Bovinos e Bubalinos (SISBOV) e pelos Termos de Ajuste de Conduta (TACs) entre o Ministério Público Federal (MPF) e os processadores de carne operando na Amazônia Legal.

Para fortalecer e promover a transparência total da cadeia, o estudo recomenda o cumprimento de algumas etapas. A primeira é o incentivo para que fornecedores de animais tenham condições de atender às exigências de controle de qualidade ambiental da carne, o que poderia resultar em uma lista de fornecedores “premium”. Em uma segunda etapa, o controle da qualidade ambiental da carne poderia ser incorporado na legislação e normas do setor. Nesse contexto, caberia aos atores da cadeia estabelecer sistemas de governança das iniciativas que apoiassem as novas normas, e o estudo traz exemplos de como isso poderia ser feito.

Embora confirme a complexidade da cadeia brasileira da carne bovina, bem como a necessidade de aperfeiçoamento dos controles de rastreabilidade e monitoramento de forma a atender as demandas dos mercados interno e externo, além dos avanços na área tecnológica, o relatório constata o desenvolvimento de inovações capazes de garantir a disponibilidade das informações e dados necessários para permitir a melhoria dos sistemas de controle e rastreabilidade da produção.

Conheça mais sobre os principais pontos do estudo aqui.

Clique abaixo para acessar os documentos.

• Estudo completo em português

• Sumário executivo em português

• Estudo completo em inglês

• Sumário executivo em inglês

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