Foto: Murilo Menezes/Marae
No dia 9 de março, aconteceu a primeira reunião presencial de 2017 do Grupo Estratégico (GE) da Coalizão Brasil. O foco do encontro foi um debate sobre o norte e as prioridades da Coalizão neste momento.
Com mediação do professor da USP e sociólogo Ricardo Abramovay, o grupo refletiu sobre os desafios atuais do movimento, como as recentes propostas apresentadas pelo Congresso, tais como o aumento do desmatamento e a proposta de redução das áreas de Unidades de Conservação na Amazônia, que vão na contramão dos objetivos definidos no documento-base da Coalizão.
Após esse debate, o GE definiu que, até 2020, a Coalizão terá quatro focos de atuação. O primeiro deles é elaborar uma agenda de desenvolvimento econômico de baixo carbono para o país, a partir do documento-base da Coalizão, contribuindo assim para o processo nacional oficial de elaboração do plano de implementação da NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) brasileira ainda em 2017. Para 2018, o GE definiu como prioritário influenciar a pauta das eleições para que os candidatos façam propostas com base num modelo de desenvolvimento de baixo carbono
Considerando que em 2020 será feita a revisão das metas acordadas em Paris, o GE definiu como prioridade para 2019 a realização de um balanço sobre os compromissos do Brasil. O quarto foco será o combate permanente ao desmatamento, para garantir que o controle sobre esse indicador seja reconhecido como tão importante quanto outros indicadores, como a inflação (confira aqui o posicionamento da Coalizão sobre o aumento do desmatamento)
Em relação à NDC, a Coalizão irá responder formalmente à consulta pública do Ministério do Meio Ambiente sobre o tema, por meio de uma carta com comentários gerais e um formulário com contribuições mais específicas. Essa carta será entregue para a Presidência da República e alguns ministérios.
O GE também estabeleceu que a Coalizão só irá emitir posicionamentos quando o tema de debate estiver respaldado no documento-base. Com essa decisão, o grupo busca esclarecer à sociedade e a seus integrantes em que momentos é possível esperar uma reação pública da Coalizão.
Por fim, a reunião contou com alguns informes, como a entrada de dois novos membros no GE (Sylvia Coutinho, da UBS, e Carlos Nobre, representando a academia). Além disso, o Grupo Orientador passa a se chamar GX (Grupo Executivo), dado seu perfil mais executivo.
Além da definição dessas prioridades para os próximos anos, o GE ressaltou também a importância dos Grupos de Trabalho na obtenção de conquistas importantes, como o Sinaflor, além da condução de debates de alto nível, como a reunião sobre o documento-base da NDC. Os membros do GE reconheceram tais avanços, elogiaram o trabalho feito até hoje e agradeceram a todos os GTs pelo emprenho, pois é somente por meio desta atuação que será possível alcançar os objetivos da Coalizão.