05/2022

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Líderes de fóruns e forças-tarefa elegem prioridades do próximo governo

Coalizão prepara relatório em que destacará ‘mensagens-chave’ da área ambiental para candidatos à eleição

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Foto: Senado Federal/Wikimedia Commons

Em um momento em que a agenda ambiental do país ganha uma visibilidade sem precedentes, a Coalizão Brasil iniciou os trabalhos para elaboração de um relatório sobre quais devem ser as prioridades do setor para o próximo governo, seja qual for o candidato eleito à Presidência da República.

O processo de escuta, que envolverá todos os membros do movimento, começou nas últimas semanas entre os líderes dos Fóruns de Diálogo e Forças-Tarefa. O grupo revisitou 48 ações já sugeridas ao governo federal pela Coalizão em diferentes momentos desde a eleição presidencial de 2018 e elencou aquelas que devem ser tratadas como prioritárias pelo Palácio do Planalto a partir do ano que vem.

A expectativa, no entanto, é que as propostas também sejam acolhidas por deputados, senadores e governadores eleitos, visto que a política ambiental também é orientada por projetos de lei analisados pelo Congresso Nacional, e que os estados possam organizar suas próprias iniciativas para a promoção do desenvolvimento sustentável e combate à ilegalidade.

Os 48 tópicos analisados em uma reunião realizada no dia 14 de abril vieram de diferentes fontes. Entre as propostas, estão as 28 contidas no documento enviado aos candidatos à Presidência da República em 2018; as seis ações para a queda rápida do desmatamento, divulgadas em 2020; além de medidas reivindicadas em diversos posicionamentos e no relatório “Recomendações para a COP 26”, de 2021.

Na dinâmica, as lideranças classificaram cada proposta em cinco blocos:

A enquete e o debate, nos quais os líderes foram divididos aleatoriamente em quatro grupos, demonstraram que as propostas consideradas mais urgentes estão ligadas ao combate ao desmatamento, ordenamento territorial e geração de emprego e renda por práticas sustentáveis.

A validação das propostas passará por outras instâncias da Coalizão, como uma consulta ampla a todos os membros, ao Grupo Executivo (GX) e ao Grupo Estratégico (GE). A conclusão dos trabalhos ocorrerá entre junho e julho.

O material será consolidado pelo Comitê Eleições, que reúne 13 integrantes – os cofacilitadores José Carlos da Fonseca e Rachel Biderman e membros do GE e GX. A comissão é liderada por Paulo Dallari, diretor de Relações Governamentais da Natura, e Renata Piazzon, diretora do Instituto Arapyaú, ambos do GX.

 “É fundamental colocar a pauta ambiental e do desenvolvimento sustentável como uma prioridade entre os agentes políticos brasileiros”, explica Renata Piazzon. “Esperamos que as propostas sejam incorporadas e se tornem compromissos públicos, trabalhados com a urgência e a velocidade necessária desta agenda.”

O grupo, que se reúne desde janeiro, definiu que o relatório será enxuto, contendo de três a cinco propostas amplas, concretas e que conectem diferentes públicos. As mensagens-chave, como são chamadas, serão amplamente divulgadas nas redes sociais da Coalizão e detalhadas em uma nota técnica, que será apresentada à sociedade, aos coordenadores de campanha de candidatos a cargos do Executivo e do Legislativo e, a partir de novembro, a representantes dos governos eleitos.

Além de elaborar a sua própria pauta, a Coalizão também acompanha, com diferentes níveis de envolvimento, a formulação de propostas que serão entregues aos candidatos por outras organizações da sociedade civil e do empresariado. A ideia é evitar a sobreposição de esforços e criar uma mensagem coesa, que tenha uma ampla repercussão entre a sociedade e o poder público.

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