05/2017

Tempo de leitura: 3 minutos

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MapBiomas lança dados inéditos sobre cobertura e uso do solo brasileiro

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Foto: Divulgação/Observatório do Clima

Lançada no dia 28 de abril, em Brasília, a segunda coleção de mapas do MapBiomas (Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil) trouxe dados inéditos sobre as transformações do território brasileiro ao longo do século XXI, com imagens de satélite que vão de 2000 a 2016.

Os dados do MapBiomas revelaram algumas más notícias, como a perda de 20% da área de manguezais entre 2001-2015, em parte destruídos pela expansão urbana. No mesmo período, 13% do Pantanal, bioma brasileiro mais preservado, viraram área de pastagem. Já o Cerrado teve perdas proporcionalmente três vezes mais elevadas do que a Amazônia. Por outro lado, há boas notícias, como o ganho de 2,5 milhões de hectares de Mata Atlântica (o equivalente a quase uma Bélgica). Confira mais resultados aqui.

O MapBiomas é uma iniciativa do Observatório do Clima e do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), com diversos apoiadores, como a Coalizão. No evento, estavam presentes representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA), como o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Raimundo Deusdará, que afirmou que o MMA apoia o Mapbiomas e que deseja ter uma relação de proximidade com o projeto.

A embaixadora da Noruega no Brasil, Aud Marit Wiig, lembrou o período de controle do desmatamento no Brasil. “Essas conquistas fizeram do Brasil uma liderança global em questões de sustentabilidade e mudanças climáticas. No entanto, a recente tendência do aumento do desmatamento não é encorajadora”, destacou Wiig, que ressaltou a contribuição do MapBiomas como uma ferramenta que permite o monitoramento de biomas florestais vulneráveis de forma gratuita, disponível a qualquer pessoa, como indígenas, estudantes, jornalistas, autoridades e investidores.

Tasso Azevedo, coordenador da iniciativa, ressaltou que “o caráter colaborativo foi condição sine qua non na criação e desenvolvimento dessa plataforma”, fruto do trabalho de uma rede de especialistas em sensoriamento remoto, biomas, atividade rural e computação em nuvem. 

“Desenvolvemos um método que permite fazer o mapeamento de forma rápida, a baixo custo e com qualidade”, comemorou o coordenador do projeto que destaca que, além dos mapas, o MapBiomas disponibiliza também seus softwares, aplicativos e códigos para replicação da ferramenta por outros países e regiões. Um grupo de países da bacia Amazônia, na região do Chaco (que abrange Paraguai, Argentina e Bolívia), já estão usando a ferramenta.

Azedo comenta nesta entrevista exclusiva para a Coalizão as diversas aplicações dos dados do MapBiomas e explica por que a plataforma representa um gol para o trabalho do movimento, ao emplacar a realização da proposta 9 do documento-base – “produzir mapa anual de uso e cobertura da terra no Brasil”.

Cobrindo, atualmente, o período de 2000 a 2016, o MapBiomas prevê também a inclusão de imagens mais antigas em sua plataforma, desde o ano de 1985. Esses dados devem ser disponibilizados em 2018, abrangendo informações sobre mudanças na cobertura e uso do solo, estatísticas e download de dados na plataforma. 

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