Encontro online apresentou governança do movimento e elaboração de manifestações. Participantes apontaram necessidade de mais transparência no processo
Priorização, integração e transparência. Esses são os principais pontos do processo de construção de posicionamentos da Coalizão que precisam de melhorias, segundo os participantes do primeiro encontro realizado exclusivamente com membros da história do movimento, que aconteceu de forma online em 1º de junho.
A reunião, que contou com mais de 60 participantes, teve como objetivos principais explicar a governança da Coalizão e como os posicionamentos são elaborados. Esses são pontos sobre os quais membros que não participam de forma ativa dos Fóruns de Diálogo e Forças-Tarefa afirmavam ter dúvidas.
“Sentimos a necessidade de conversar e ouvir mais os membros, já que o cenário brasileiro mudou muito desde a fundação da Coalizão, em 2015”, disse José Carlos da Fonseca, cofacilitador do movimento e diretor-executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).
A agenda teve início com uma breve apresentação dos principais destaques, ações e posicionamentos de 2023 pela coordenadora executiva Laura Lamonica. Na sequência, Sergio Mindlin, líder do Comitê Governança, explicou os 12 princípios da governança do movimento: diálogo, confiança, diversidade, consentimento versus consenso, respeito por posições contrárias, liberdade de posições organizacionais, efetividade, responsividade, representatividade, equilíbrio, alternância obrigatória e dimensionamento do grupo de governança.
Renata Piazzon, cofacilitadora da Coalizão e diretora geral do Instituto Arapyaú, apresentou como se dá a construção dos posicionamentos e, na sequência, os membros foram convidados a responder a três questões sobre isso, por meio de uma plataforma online que permite a participação de forma anônima: 1. Haveria algum ponto de atenção sobre governança e processo decisório de posicionamentos que você gostaria de destacar?; 2. Defina em uma palavra o que precisa ser aprimorado; 3. Qual a sua sugestão de melhoria para o diagnóstico?
Em relação à primeira questão, a representatividade do Grupo Estratégico (GE) e do Grupo Executivo (GX), principais instâncias de governança da Coalizão, foi um dos pontos levantados por alguns dos participantes. Na segunda enquete, sobre os aspectos a serem melhorados na construção de posicionamentos, os membros pediram maior cuidado com “priorização”, “integração” e “transparência”.
“Acredito que seria importante ampliar os setores participantes e representados no tema clima e florestas, incorporando associações que representem mais diretamente movimentos indígenas e comunidades tradicionais”, disse Cristiane Leme, diretora da operação Brasil da Biofix. “Primeiro, pelo impacto que as mudanças climáticas têm nesta parcela da sociedade civil e, segundo, pela contribuição que podem aportar por meio de suas relações íntimas com a natureza.”
Esse foi o primeiro evento em que Leme participou como membro da Coalizão, e ela afirma que aguardava por essa oportunidade desde a adesão de sua empresa, em março deste ano. “Espero ainda mais eventos assim e que haja cada vez mais movimentos e ferramentas que possibilitem integrar os membros no processo de construção de posicionamentos”, avaliou.