09/2022

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Mercedes Bustamante é a nova integrante do Grupo Estratégico

Professora da Universidade de Brasília e uma das autoras do 6º Relatório do IPCC, ela representará a academia na principal instância de governança da Coalizão Brasil

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A bióloga Mercedes Bustamante, professora titular do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília, é a mais nova integrante do Grupo Estratégico (GE) da Coalizão Brasil. O GE é a instância de governança responsável pelas principais diretrizes de atuação do movimento e é atualmente composto por 19 lideranças de organizações da sociedade civil e do setor privado.

Bustamante, que representará a academia no GE, é coautora do capítulo “Agriculture, Forestry and Other Land Uses”, do 6º Relatório do Grupo de Trabalho III (Mitigação), do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Ela também é uma das redatoras do documento síntese do próximo relatório, entre outras atividades que a tornam uma referência na área de mudanças climáticas. Além disso, Bustamante é membro da Academia Brasileira de Ciências e já foi diretora de Programas e Bolsas no País da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Para ela, a Coalizão tem um papel importante a desempenhar devido à sua capacidade e experiência acumulada em promover o diálogo entre diferentes atores e gerar consensos e posicionamentos.

“É um espaço de debates e de busca do consenso possível e necessário, e acredito que terá um papel importante neste momento que vivemos, de desconstrução da governança ambiental”, analisa. “É preciso ocupar espaços com inteligência política, capacidade de articulação para poder atuar e recuperar alguns avanços que perdemos nos últimos anos, como os espaços participativos na governança das políticas ambientais. Precisamos recolocar o diálogo como parte central dela.” 

Bustamante acredita que a Coalizão tem experiência e um capital acumulado que lhe possibilita mobilizar rapidamente os diferentes setores e fazer aporte de ideias. A bióloga também pretende estabelecer uma ponte entre membros da academia e a Coalizão.

“Esse também é um papel importante, porque, junto à crise ambiental, vivemos muitas tentativas de descrédito da ciência. E a ciência vai ser um componente importante no desenho das soluções. A Coalizão preocupa-se em fazer uma interface com a academia e cuida para que as propostas das forças-tarefa e seus documentos tenham amparo muito forte na ciência.”

Além desse olhar sobre os desafios nacionais, Bustamante lembra que é preciso dar atenção ao que ocorre internacionalmente, pois a crise climática fará com que as demandas sobre o Brasil se intensifiquem. “O país precisa retomar e ampliar as ambições de seus compromissos climáticos”, afirma.

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