Movimento definiu um conceito de bioeconomia alinhado à vocação brasileira, relacionado ao uso responsável da biodiversidade do país, aos povos e comunidades tradicionais, agricultores familiares e setores florestal e agrícola
A Coalizão Brasil divulgou em setembro um posicionamento em que apresenta o conceito de bioeconomia ligado à vocação e identidade brasileira e defende a criação de uma política nacional de bioeconomia como primeira e fundamental ação para o desenvolvimento da atividade no país.
“O Brasil reúne condições para se tornar protagonista desta nova bioeconomia, ao alinhar o uso responsável da mega biodiversidade de seus biomas, a intimidade de povos e comunidades tradicionais com a natureza, o capital social de agricultores familiares e a potente capacidade de inovação das empresas brasileiras do setor florestal e agrícola”, afirma o documento.
O conceito de bioeconomia adotado põe foco na promoção de sistemas florestais e agroflorestais no país, em diferentes escalas e abrangendo múltiplos setores, a fim de realizar ações concretas e definir uma linha de ação prioritária. “O Brasil pode consolidar um novo conceito de bioeconomia por meio da conexão com a conservação e a restauração da biodiversidade em diferentes biomas do país. Este movimento pode facilitar a almejada conciliação entre desenvolvimento econômico e bem-estar dos seres vivos e do planeta”, ressalta o texto.
O texto propõe um plano com nove ações que englobam a criação de políticas e incentivos, coleta e integração de dados, pesquisa, desenvolvimento e inovação e acesso e consolidação de mercado. O plano segue uma lógica de inclusão e colaboração entre público e privado, pauta-se pelo respeito aos direitos de povos indígenas e comunidades tradicionais e leva em conta a nova realidade trazida pela Covid-19.
O documento indica, ainda, as três ações prioritárias pelas quais a Coalizão começará sua atuação nesse tema: criação de uma Política Nacional de Bioeconomia e uma governança; a integração de fontes de dados, sistematização e disseminação de informações; e o estímulo à implantação e reconhecimento de polos regionais de excelência voltados à pesquisa e produção de conhecimento.
O jornal Valor Econômico repercutiu o posicionamento.
Leia a entrevista com Luciana Villa Nova, uma das colíderes da FT de Bioeconomia, que explica como foi o processo de construção do conceito e do posicionamento da Coalizão sobre a bioeconomia e como ela se relaciona com a visão de futuro para o país.