09/2015

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Obama, Merkel e FAO na agenda da Coalizão

Na área de negociações internacionais, a Coalizão Brasil também deu passos importantes com representantes dos continentes americano e europeu. Tanto no encontro dos presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, em Washington, em 30 de junho, quanto na recepção à chanceler Angela Merkel, que veio ao Brasil em 19 de agosto, aconteceram reuniões prévias e consultas entre o Ministério do Meio Ambiente e a Coalizão. No caso da líder alemã, a Coalizão também apresentou suas propostas, durante um seminário, para sua equipe.

Nas declarações resultantes desses eventos, detectou-se uma proximidade positiva com a agenda da própria Coalizão. No acordo com os Estados Unidos, o Brasil propôs a recuperação, até 2030, de 12 milhões de hectares de florestas brasileiras degradadas. A regeneração de áreas é uma das aspirações da Coalizão Brasil, embora o movimento acredite que essa meta pode ser bem mais ambiciosa.

No caso da Declaração Conjunta Brasil-Alemanha sobre Mudança do Clima, os dois países concordaram que é preciso haver uma transição para sistemas que usem energias de fontes renováveis e que a economia mundial passe por uma “descarbonização”. De novo, visões que se aproximam com a da Coalizão, já que o movimento entende que se faz urgente a adoção de medidas práticas para que o Brasil se aproxime de um modelo de produção mais competitivo, com menos emissão de GEE, desenvolvido paralelamente à preservação eficaz de florestas e biodiversidade.

Integração agricultura e floresta

Em 17 de agosto, a Coalizão Brasil apresentou suas intenções ao diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), o brasileiro José Graziano da Silva. Recentemente reeleito para o cargo, Graziano, um dos mais respeitados especialistas em floresta do mundo, tem como um de seus méritos a inclusão, na pauta da FAO, da questão das mudanças climáticas.

O contato com a FAO será reforçado em breve, quando a Coalizão Brasil participará do “Congresso Mundial sobre Florestas”, organizado por esse órgão da ONU, a se realizar em Durban, na África do Sul, de 7 a 11 de setembro próximo.

A pauta do Congresso será a integração agricultura-floresta. A Coalizão Brasil defende que é possível fazer um uso equilibrado da terra e que esses dois aspectos podem conviver de maneira sinérgica, beneficiando o clima. Trata-se, portanto, de desfazer a percepção de que deve haver necessariamente uma competição por terras entre florestas e produção de alimentos, com soluções para que esse tipo de atrito não ocorra mais.

O Brasil pode liderar tal discussão internacionalmente, pois é um dos maiores exportadores de grãos e carne do mundo e figura entre os poucos países denominados megadiversos (aqueles que abrigam a maioria das espécies do planeta). Em terras nacionais encontram-se 12% da cobertura florestal global, o maior estoque de biomassa da Terra. 

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