12/2022

Tempo de leitura: 8 minutos

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Perspectivas para 2023 são tema de debate em plenária da Coalizão

Encontro apresentou a nova cofacilitadora do movimento, Renata Piazzon, avanços das Forças-Tarefa e expectativas para agenda agroambiental do país

A segunda plenária de 2022 da Coalizão Brasil, no dia 15 de dezembro, em São Paulo, teve como destaques a mudança na cofacilitação do movimento, o balanço dos trabalhos das Forças-Tarefa (FTs) e um debate sobre a agenda agroambiental de 2023 para o país, com a participação de representantes do setor privado, do poder público e da sociedade civil.

Realizado em auditório da Fundação Getulio Vargas e transmitido online pelo canal do YouTube da Coalizão, o evento começou com o anúncio de Renata Piazzon, diretora do Instituto Arapyaú, como a nova cofacilitadora do movimento, ao lado do atual cofacilitador José Carlos da Fonseca, diretor-executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).

Piazzon passa a ocupar a posição que era de Rachel Biderman, vice-presidente sênior para Américas da Conservação Internacional (CI), que encerrou seu mandato de dois anos. “Quero agradecer muito por esse papel que desempenhei no movimento. Temos nos manifestado em situações importantes para o país. O Brasil e o planeta precisam muito de nós, da Coalizão”, afirmou Biderman, que permanece agora no Grupo Estratégico do movimento.

“Estou feliz e animada por ser a segunda liderança feminina na cofacilitação. Contem comigo. Minha proposta é sempre a de construir redes”, disse Piazzon.

Avanços das Forças-Tarefa

Na segunda parte da plenária, os líderes das FTs da Coalizão comentaram as conquistas do ano e os desafios para 2023, com base no documento “O Brasil que vem: propostas para a agenda agroambiental do país a partir de agora”, que traz recomendações de ações e medidas para os governos eleitos, em torno de três eixos: combate ao desmatamento, segurança alimentar e geração de emprego e renda.

Os líderes apresentaram avanços como os trabalhos ligados a silvicultura de espécies nativas realizado em parceria com o governo do Espírito Santo e a minuta para regulamentação da Lei de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Também comentaram a importância de levar assistência técnica aos produtores rurais e de implementar o Código Florestal.

Participaram dessa mesa Ana Tulia de Macedo (Natura), colíder da FT PSA; Laura Antoniazzi (Agroícone), da FT Restauração; Mariana Pereira (Fundação Solidaridad), da FT ATER; Miguel Calmon (CI), da FT Silvicultura de Nativas; e Renata Nogueira (Cargill), da FT Código Florestal, com mediação de Renata Piazzon.

Debate sobre a agenda agroambiental

A terceira e última parte da plenária foi dedicada ao debate “O Brasil que vem: expectativas para a agenda agroambiental a partir de 2023”, com a participação de André Nassar, presidente-executivo da Abiove, Mariane Crespolini, gerente de ESG da Mondelez, o senador Fabiano Contarato e a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira. Rachel Biderman foi a moderadora da conversa.

O papel do agronegócio brasileiro no cenário internacional foi um dos focos da fala de Contarato, coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista no Senado.

“O Brasil só voltará ao protagonismo mundial quando entender que o agro tem interesse no desenvolvimento sustentável, na economia verde e tributação verde”, ressaltou. “Essa é a pauta que o país vai seguir. Precisamos aliar conservação e produção de alimentos”.

Para Izabella Teixeira, a agenda climática pautará o desenvolvimento econômico. Por isso, é importante repactuar a relação entre agricultura e políticas ligadas ao clima e à biodiversidade. A ex-ministra do Meio Ambiente defendeu uma articulação entre diferentes setores do governo e a sociedade para a construção de uma visão de país.

“É preciso fazer alianças, pactuar visões e deixar claro quem entrega o quê. O Brasil tem várias avenidas de lideranças”, afirmou.

Mariane Crespolini e André Nassar abordaram a visão e função do setor privado na agenda agroambiental. Para Crespolini, a ordem do dia para as empresas é “acelerar” seus trabalhos com este tema, superando dificuldades.

“A iniciativa privada é importante porque temos tecnologias, mas inovação é algo que ocorre muito rapidamente. Como vamos continuar fomentando isso?”, indagou. “Precisamos de Estado, do terceiro setor, para dar velocidade a essa agenda.”

Nassar, por sua vez, reivindicou maior reconhecimento ao agronegócio. “Há muita coisa boa acontecendo no agro e não há reconhecimento no exterior. A decisão europeia (de barrar importações ligadas ao desmatamento) mostra que a Europa não enxerga nosso lado sustentável”, avaliou.

Ao final do debate, Rachel Biderman destacou o otimismo do momento. “É importante termos uma visão de governança climática que envolva todos os atores. O momento, agora, é de resolver essa questão. Nós, que durante décadas trabalhamos para ter legislações e recursos, estamos vibrando agora que o clima está no centro do discurso do presidente eleito, o que deve impactar outros setores, como a economia”.

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