A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura felicita os esforços atuais do governo federal na elaboração da minuta do projeto de lei destinado a instituir o sistema de comércio de emissões de carbono no país.
Ao longo de sua trajetória, a Coalizão tem destacado e apoiado a adoção de uma política pública que regule o mercado brasileiro de reduções de emissões, previsto, inclusive, na Lei nº 12.187/2009, que estabelece a Política Nacional sobre Mudança do Clima. Portanto, foi com satisfação que tomamos conhecimento do texto substitutivo do Projeto de Lei 412/2022, apresentado pela senadora Leila Barros essa semana, e que abrange a proposta do Executivo para a criação de um Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), bem como outras disposições correlatas.
Com o intuito de enriquecer o diálogo, o presente texto destaca alguns pontos de relevância:
Especificamente sobre o setor de uso da terra e florestas – objeto central da Coalizão –, apontamos algumas considerações:
A dimensão tributária deve ser avaliada com cuidado pelo poder público neste momento, a fim de evitar encargos excessivos a um mercado nascente. Cabe lembrar que o Executivo recentemente anunciou o Plano de Transição Ecológica, no qual o mercado de carbono desempenha um papel vital. O SBCE deve evitar aumento de encargos e tributação, além de estabelecer incentivos sobre a geração do crédito de carbono.
Por fim, destacamos a importância de o PL adotar a estrutura de uma lei-quadro, estabelecendo princípios, estruturas e diretrizes claras. Isso enviará uma mensagem significativa ao mercado nacional e internacional. A especificação detalhada dos princípios deve ser abordada em regulamentações subsequentes.
Estes são os aspectos-chave que visam estimular reflexões junto ao Poder Normatizador, contribuindo para a melhoria da regulamentação em andamento. Mais uma vez, parabenizamos a iniciativa do Poder Executivo em direção ao desenvolvimento de medidas de descarbonização no Brasil.
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A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura é um movimento composto por mais de 350 organizações, entre entidades do agronegócio, empresas, organizações da sociedade civil, setor financeiro e academia.