03/2025

Tempo de leitura: 24 minutos

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Propostas da Coalizão para o Plano Safra 2025/2026

As propostas para o Plano Safra 2025/2026, detalhadas nas Notas Técnicas, foram elaboradas pela Agroicone, com base em estudos e evidências desenvolvidas pela própria Agroicone e pelo Climate Policy Initiative/PUC-Rio, e endossadas pela Coalizão após um debate com contribuições da Força-Tarefa Finanças Verdes. O material foi enviado à Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, em resposta ao OFÍCIO-CIRCULAR nº 1/2025/GAB-SPA/SPA/MAPA.

Apresentação

O Plano Safra é um dos principais instrumentos da política agrícola brasileira e precisa estar alinhado aos desafios de sustentabilidade e resiliência climática enfrentados pelo setor, além de contribuir para o cumprimento das metas de redução de emissões de gases de efeito estufa do país. Nesse contexto, a Coalizão Brasil apresenta um conjunto de propostas voltadas ao aprimoramento dos instrumentos de crédito rural e gestão de riscos, com o objetivo de fortalecer a implementação do Código Florestal e do Planaveg, promover a recuperação de pastagens degradadas e valorizar ativos ambientais.

A subscrição de riscos socioambientais é um dos pilares fundamentais desta proposta, pois permite integrar bases de dados no processo de concessão de crédito rural, assegurando que os financiamentos incentivem boas práticas agropecuárias. 

Outro ponto essencial é a necessidade de direcionar recursos para produtores comprometidos com a recuperação ambiental, promovendo a conversão de pastagens degradadas em sistemas produtivos sustentáveis, seja em pequenos, médios ou grandes imóveis rurais. 

Além disso, propõe-se a reestruturação da gestão de riscos na agropecuária, com o fortalecimento do seguro rural e a previsibilidade de recursos para mitigar impactos climáticos adversos. Essas iniciativas estão diretamente relacionadas ao aprimoramento do SICOR para a implementação da Taxonomia Sustentável Brasileira no crédito rural, garantindo que os instrumentos financeiros do setor estejam alinhados aos princípios de sustentabilidade e mensurados no Plano Safra. 

Com base nessas diretrizes, as propostas aqui apresentadas buscam consolidar o Brasil como um líder global na produção agropecuária sustentável.

Resumo das Propostas

Objetivo das propostas: fortalecer os instrumentos da política agrícola, em especial de crédito rural e de gestão de riscos, visando fomentar uma agropecuária mais sustentável, perene e resiliente às mudanças do clima.

Nota Técnica 1 – Subscrição de riscos socioambientais e climáticos no âmbito da política agrícola (pág. 16-27): Incluir bases de dados no SICOR que corroborem para a subscrição dos riscos socioambientais e climáticos das instituições financeiras nas operações de crédito rural, sem impedir a concessão do crédito, mas que corroboram com o monitoramento das operações de crédito rural conforme disposto no MCR 2-7- 2-“a’-I e no MCR 2-7-7. 

Propostas:

Nota Técnica 2 – Incentivos para implementar o Código Florestal e o Planaveg por meio do crédito rural (pág. 28-44): O conjunto de propostas visa: (i) fortalecer a implementação do Código Florestal, tanto a restauração para fins de regularização ambiental, como a partir da valoração das propriedades ou imóveis rurais que estejam em conformidade e apresentem excedente de vegetação nativa; (ii) fomentar o plantio de florestas nativas, alinhando os incentivos do crédito rural com o Planaveg 2025-2028.

Propostas:

Nota Técnica 3 – Priorizar recursos para a conversão de pastagens degradadas em sistemas produtivos sustentáveis: médios e grandes imóveis rurais (pág. 45-75): Orientar o crédito rural para a recuperação ou conversão de pastagens degradadas de médios e grandes imóveis rurais em sistemas produtivos sustentáveis a partir: (i) dos objetivos do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD) e a interlocução com outras políticas públicas, em especial o crédito rural; (ii) o Plano de Priorização de Áreas e Estimativas de Investimentos desenvolvido para orientar o PNCPD (BRASIL, 2024); (iii) orientar a produção e expansão agropecuária sustentável e resiliente às mudanças do clima por meio de incentivos via crédito rural; (iv) aprimorar o monitoramento e observância dos recursos do crédito rural para a pecuária bovina. 

Propostas:

Nota Técnica 4 – Priorizar recursos para a conversão de pastagens degradadas em sistemas produtivos sustentáveis: pequenos imóveis rurais (pág. 76-103): Orientar o crédito rural para a recuperação ou conversão de pastagens degradadas dos pequenos imóveis rurais em sistemas produtivos sustentáveis a partir: (i) dos objetivos do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD) e a interlocução com outras políticas públicas, incluindo o crédito rural e o Pronaf; (ii) o Plano de Priorização de Áreas e Estimativas de Investimentos desenvolvido para orientar o PNCPD (BRASIL, 2024), que evidenciou a concentração de áreas potenciais para conversão em imóveis rurais de até 500 hectares; (iii) orientar a transição justa da agropecuária, incluindo pequenos imóveis rurais por meio de incentivos via crédito rural; (iv) aprimorar o monitoramento e observância na alocação de recursos do crédito rural para a atividade pecuária dos pequenos imóveis rurais. 

Propostas:

Nota Técnica 5 – Priorizar a alocação de recursos dos Fundos Constitucionais para produtores de menor porte e para empreendimentos alinhados à jornada de sustentabilidade (pág. 104- 115): Direcionar recursos e incentivos a empreendimentos alinhados à jornada de sustentabilidade nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e alinhar os requisitos e incentivos dos Fundos Constitucionais ao Sistema Nacional de Crédito Rural, beneficiando pequenos e médios produtores rurais. 

Propostas:

Nota Técnica 6 – A Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB) e sua aplicação no crédito rural (pág. 116-130)

Harmonizar a estrutura do SICOR para captar de forma adequada os contratos de crédito rural alinhados à TSB, assim como direcionar os incentivos para esses empreendimentos. 

Propostas:

Realizar a delimitação conceitual das variáveis do SICOR, descrevendo o significado das variáveis e exemplificando o seu uso, reportando no Modelo e Dicionário de Dados

Nota Técnica 7 – Reestruturação das políticas de gestão de riscos para a agropecuária brasileira (pág. 131-145): Apoiar a reestruturação da política de seguro rural no Brasil baseada nos três principais pilares propostos pelo Projeto de Lei nº 2.951/2024, com aprimoramentos: (i) a não discricionariedade dos recursos para subvenção no PSR; (ii) a criação de um fundo de cobertura suplementar do seguro rural (como “Fundo Catástrofe”) para cenários de sinistralidade extraordinária; (iii) a complementaridade dos incentivos entre instrumentos da política agrícola, em especial o crédito rural e o seguro rural. 

Propostas:

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Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura é um movimento composto por mais de 400 organizações, entre entidades do agronegócio, empresas, organizações da sociedade civil, setor financeiro e academia.

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