10/2015

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Sufocar a ilegalidade para ampliar a economia de manejo da floresta

Para o grupo de trabalho que atua com as propostas de economia da floresta tropical, sufocar a ilegalidade é fundamental para impulsionar as atividades em torno dos produtos madeireiros provenientes de florestas nativas. “Enquanto o mercado de madeira tropical conviver com a ilegalidade, não há como viabilizar a economia de manejo florestal”, explica Roberto Waack, da empresa Amata e um dos líderes desse GT.

No entanto, o fim da madeira ilegal não deve ocorrer de maneira abrupta. Segundo Waack, é preciso uma transição gradual para a legalidade, uma vez que 80% do setor atua fora dos parâmetros previstos na lei. E isso num mercado que movimenta cerca de R$ 5 bilhões ao ano.

O GT está trabalhando em um roadmap para promover essa transição e identificou pilares para eliminar a ilegalidade: manter o controle do desmatamento, monitorar as autorizações de manejos de floresta, promover a rastreabilidade da madeira e monitorar também o processamento industrial.

Um quinto pilar envolve o poder de compra do Estado. Os programas governamentais de infraestrutura e habitação são responsáveis por até 25% da madeira tropical consumida no país. “Ao sinalizar que não compra madeira de origem ilegal ou desconhecida, o Estado exerce uma liderança nesse processo, e essa atitude é transferida para o setor privado”, explica Waack.

Um último pilar está relacionado à oferta de áreas de manejo florestal. Para suprir a demanda nacional de madeira tropical, estima-se que são necessários 30 milhões de hectares de área sobre regime de manejo. Atualmente, tem-se conhecimento de apenas 3 milhões de hectares bem administrados. Para se ter uma ideia, 30 milhões de hectares equivalem a até 7% da floresta Amazônica. Ou seja, seria possível ter 7% dessa floresta protegida sob regime de manejo, sem necessidade de explorar os outros 93%. Além disso, a floresta bem manejada é menos predatória e emite menos Gases de Efeito Estufa (GEE).

“Esse roadmap da transição para a legalidade é uma sinalização de política pública, alertando o governo para que dê atenção a esses eixos”, diz Waack. O GT também pretende levantar quais grupos e instituições podem ajudar a promover a transição almejada. E caberá à Coalizão monitorar essa agenda. Já existem diálogos consistentes a esse respeito entre a Coalizão e o Ministério do Meio Ambiente.

GT Economia da floresta tropical

Proposta: 14, sobre aumentar em dez vezes a área de manejo florestal sustentável rastreada no Brasil, até 2030, e coibir a ilegalidade de produtos florestais madeireiros provenientes de florestas nativas

Organizações mais envolvidas: Amata, BVRio, Greenpeace, Imaflora e WWF Brasil

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