12/2018

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Visão de Futuro é apresentada a público internacional em side event sobre estratégias de longo prazo de vários países

No side event (clicar em “participar do evento” para acessar o vídeo) organizado pelo WRI Internacional e a Coalizão Brasil, em 11 de dezembro, na 24ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 24), em Katowice, Polônia, diferentes países integraram uma mesa sobre as estratégias de longo prazo para implementar e aumentar a ambição de suas metas climáticas (NDCs). Cerca de 80 pessoas acompanharam o evento.


André Guimarães, cofacilitator da Coalizão Brasil, integrou a mesa ao lado de Medrilzam, vice-ministro de Recursos Naturais de Bappenas (Indonésia), Alexis Bonnell, diretor da Agence Française de Développement, Ingrid-Gabriela Hoven, diretora geral de questões globais do Ministério Federal Alemão de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ) e Andrés Flores, diretor de Mudanças Climáticas e Energia do WRI México. O debate teve moderação de Manish Bapna, vice-presidente executivo e diretor administrativo do WRI Internacional.


Manish Bapna compartilhou a foto da missão Apollo de 1968, chamada Earthrise, que completa 50 anos de idade em 2018. A foto representa uma estratégia de longo prazo da agência espacial americana que traçou o objetivo de levar o homem à Lua e conseguiu alcançá-lo, segundo Bapna. “A foto reflete a combinação de um objetivo inicial, que ninguém sabia ainda como alcançar, com o estímulo à criatividade e inovação que foi capaz de levar o ser humano à Lua em alguns anos”, comentou. Bapna passou a palavra aos participantes da mesa para que cada um pudesse comentar como as estratégias de longo prazo podem ajudar a implementar a aumentar a ambição das NDCs.


Representando um caso de articulação do Brasil em torno de uma agenda de longo prazo, André Guimarães apresentou a Coalizão, a importância do uso da terra para o país e as principais mensagens-chave da Visão de Futuro para as Florestas e a Agricultura, lançada pelo movimento em dezembro. “Há muitos exemplos na história da humanidade em que o homem se baseou em expandir para crescer”, segundo Guimarães. “No entanto, estamos diante de um novo momento em que precisamos de um novo paradigma. Precisamos intensificar para crescer. Desmatamento não será mais aceito pelos mercados consumidores. Promover esse novo paradigma é o objetivo central da Coalizão”, concluiu.


Ingrid-Gabriela Hoven trouxe a perspectiva dos investidores para o debate sobre longo prazo. “Estamos vivendo uma grande transformação na sociedade. Os investidores hoje atuam com um certo nível de bloqueio a setores da economia. São eles que determinarão o padrão da nossa economia e competitividade. Mas como garantir que os investimentos estão alinhados ao objetivo de limitar o aumento da temperatura global em 1.5°C?”, questionou. Segundo Hoven, é importante que os investidores forneçam o incentivos apropriados para que as empresas transformem seus processos produtivos.


Na Indonésia, Medrilzam afirmou que já existe um plano nacional de desenvolvimento de longo prazo, com objetivos para 2025. Esse plano serve como ponto de referência para governo, empresas e outras organizações e, segundoele, está alinhado às estratégias climáticas do país.


Alexis Bonnell destacou a importância pensar o longo prazo desde os objetivos até sua implementação. “Não há esperança se você não possui uma visão. Se você possui uma visão, mas não tem uma estratégia, a visão é inútil. Se você tem uma estratégia, precisará também de um processo para implementá-la. Se você quer avançar, precisa de todos esses elementos”. A AFD tem como objetivo se tornar 100% alinhada ao Acordo de Paris e, ao mesmo tempo, garantir impactos sociais positivos na sociedade. Além disso, a estratégia inclui a meta de atingir 50% do portfólio gerando benefícios climáticos.

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