Encontro reuniu organizações que querem incentivar abordagem do tema na cúpula dos países mais ricos do mundo
A Coalizão Brasil apresentou seu conceito de bioeconomia e as propostas desenvolvidas pela força-tarefa (FT) dedicada ao tema em encontro realizado no dia 6 de maio, em Brasília, pelo Grupo de Apoio à Iniciativa de Bioeconomia do G20 (GIB). O grupo é formado por diversas organizações da sociedade civil, dentre elas a Coalizão.
O evento “A Bioeconomia Global – Levantamento Preliminar das Estratégias e Práticas do G20: uma contribuição para a Iniciativa de Bioeconomia do G20 (GIB) da Presidência Brasileira” ocorreu às vésperas da reunião oficial da GIB e foi coorganizado por CEBDS, Coalizão, iCS, Ipam e Nature Finance. O público-alvo foram membros da GIB, de ministérios, embaixadas e das organizações.
“Para a Coalizão, a bioeconomia deve promover o desenvolvimento sustentável, seja no Brasil rural como no da floresta”, explica Juliana Simões, colíder da FT Bioeconomia do movimento, que representou a rede no evento. “Esta é uma visão centrada na biodiversidade e na repartição justa de benefícios.”
Simões, que também é gerente adjunta de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais na The Nature Conservancy (TNC), destacou que a Coalizão atua pela construção de uma política nacional de bioeconomia e de uma estratégia nacional para essa agenda. Além disso, ressaltou a importância de se gerar mais conhecimento sobre a biodiversidade brasileira e de se obter informações sobre a contribuição da bioeconomia para o mundo.
“Precisamos trabalhar a bioeconomia sob a ótica do desenvolvimento local, para que seja possível agregar valor aos produtos, gerando renda e emprego”, assinala, acrescentando que o Brasil está mais avançado do que diversos países nessa iniciativa, por já possuir uma legislação sobre a biodiversidade. Trata-se da Lei nº 13.123/2015, que protege o acesso a patrimônio genético e conhecimento tradicional associados.
O evento do Grupo de Apoio à GIB também contou com discussões relacionadas a temas como clima e natureza no contexto econômico e financeiro global, além de um painel sobre as diferentes abordagens relacionadas à bioeconomia entre os países-membros do G20.
A reunião marcou ainda o lançamento do estudo “A bioeconomia global”, realizado pela Nature Finance e pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas, com o apoio da Coalizão Brasil e outras organizações. O documento ressalta o potencial de crescimento da bioeconomia, estimando seu valor em trilhões de dólares e prevendo um crescimento substancial nos próximos anos.