06/2022

Tempo de leitura: 5 minutos

Compartilhar

Coalizão contribuiu para avanços na agenda pública sobre temas agroambientais

Advocacy, parcerias e participação em consultas públicas estão entre os esforços que fizeram diferença no debate pela economia de baixo carbono junto a entes do governo

b67 texto1

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Coalizão Brasil tem como um de seus nortes a promoção de sinergias e diálogos constantes com os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, nas esferas federal e subnacional, além de órgãos reguladores e outras entidades do poder público, principalmente dos setores de meio ambiente, agropecuária e economia. Essa atuação é essencial para fazer avançar as agendas relacionadas à economia de baixo carbono, inclusiva e competitiva, que contemple o uso sustentável e a conservação das florestas, a agropecuária e o enfrentamento das mudanças climáticas.

O movimento realizou, ao longo de seus sete anos de existência, diversas articulações pela construção e implementação de políticas públicas, além de parcerias diretas com governos. Relembre alguns avanços que contaram com a participação do movimento:

Lei de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA)

Em 2021, a lei 14.119, que instituiu a Política Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais (PNPSA), foi instaurada. Como incentivo ao desenvolvimento sustentável e à conservação, a nova legislação estabelece uma remuneração aos agricultores, assentados, povos indígenas e comunidades tradicionais por seus serviços de conservação ambiental. A Coalizão, representada sobretudo pela Força-Tarefa de Pagamento por Serviços Ambientais, esteve presente em todas as etapas de votação da lei no Congresso, especialmente ao longo de 2020, contribuindo na discussão com deputados e senadores e demais agentes.

Após a aprovação no Congresso, a lei foi sancionada pela Presidência da República com vetos, e novamente a FT atuou e ajudou a contribuir com a derrubada de parte destes, em especial daqueles que impactavam de forma negativa as questões relacionadas à governança e transparência do Programa Federal de PSA.

Contribuições para área de finanças verdes

Em 2021, os membros da Força-Tarefa de Finanças Verdes elaboraram um conjunto de propostas para as consultas públicas do Plano Safra 2021-2022 e do Plano Operacional ABC+ 2030-2050, ambos promovidos pelo Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento (Mapa). A versão final dos planos mostrou que parte das propostas da Coalizão foram aceitas e incorporadas.

O movimento também participou da avaliação decenal da implementação do Plano ABC. Nas oportunidades, as sugestões da Coalizão ressaltaram a importância de um agronegócio moderno, competitivo, que incentive a agricultura familiar e que utilize os recursos naturais de forma inteligente e consciente. Entre as estratégias de fomento ao setor, o movimento sugeriu que os produtores mais eficientes e alinhados com as melhores práticas ambientais tivessem prioridade no acesso a financiamento.

Essa visão sobre o crédito rural, o uso de tecnologias mais produtivas e sustentáveis, a implementação do Código Florestal e maior clareza nas normas foram uma constante, inclusive, nas contribuições à consulta 82 do Banco Central, que tratava da criação do Bureau Verde de Crédito Rural, e também nas consultas 85 e 86, sobre a regulamentação da política de responsabilidade socioambiental e a gestão de riscos climáticos.

 Observatório da Restauração e Reflorestamento

O Brasil se comprometeu, em sua NDC, a restaurar 12 milhões de hectares até 2030. Para acompanhar e contribuir com o cumprimento desse compromisso e valorizar os esforços pela sustentabilidade de no campo, a Força-Tarefa de Monitoramento da Restauração e Reflorestamento da Coalizão desenvolveu o “Observatório da Restauração e Reflorestamento”.

Essa plataforma pioneira, desenvolvida em parceria com o WRI Brasil, TNC Brasil e Imazon, concentra informações de campo e dados de satélite a fim de delinear um panorama sobre a situação de restauração, reflorestamento e regeneração natural de todos os biomas do país – um instrumento tecnológico que auxilia a avaliar o que aproxima e distancia o Brasil do cumprimento das suas metas assumidas em compromissos internacionais, como o Acordo de Paris.

Acordo de Cooperação Técnica com o estado do Espírito Santo

Em 2021, o governo do Espírito Santo e a Coalizão estabeleceram uma parceria para desenvolverem um polo de silvicultura de espécies nativas no estado. O Grupo de Trabalho (GT) de Silvicultura de Espécies Nativas foi firmado por meio de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT). O programa de pesquisa e desenvolvimento tecnológico vai até 2023 e prevê a organização do polo a partir da concepção de normas específicas para exploração florestal de árvores nativas e a definição de estratégias de incentivo à pesquisa.

O estado possui outros programas semelhantes que são referência nacional, como a Reserva Natural Vale. Além do setor privado, que pode incorporar as práticas do polo em sua cadeia, organizações de conservação e restauração, como TNC Brasil, WRI Brasil e WWF-Brasil, também atuam na região e fazem parte do movimento. Caso a experiência capixaba colha bons frutos, ela poderá ser replicada em outros locais do país.

Assine nossa Newsletter
Não foi possível salvar sua inscrição. Por favor, tente novamente.
Sua inscrição foi realizada com sucesso.