Crises econômica e ambiental exigem envolvimento com novas formas de produção e geração de empregos e negócios; esforço deve contemplar povos e comunidades tradicionais
A economia verde tem um enorme potencial para alavancar o país rumo ao desenvolvimento sustentável, criando um ciclo de prosperidade. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo, indicam que os biomas e a bioeconomia darão ao Brasil metade de todos os 18 milhões de empregos criados até 2030.
Por isso, a criação de emprego e renda com base na economia verde é uma das mensagens-chave do documento elaborado pela Coalizão com propostas aos candidatos às eleições. Seus outros eixos estão relacionados ao desenvolvimento sem desmatamento e ao combate à fome e segurança alimentar.
Para Ana Tulia de Macedo, gerente de Relações Governamentais da Natura&Co e colíder da Força-Tarefa Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) da Coalizão, o desafio de gerar riqueza ao mesmo tempo em que se garante a conservação dos biomas, entre eles a Amazônia, passa por um momento importante, em que a busca por soluções para as crises mais urgentes pode promover oportunidades relevantes.
“Estamos vivendo crises sobrepostas. Temos a crise econômica, que colocou milhões em situação de vulnerabilidade e insegurança alimentar. E há também a crise ambiental, que é global e traz a preocupação sobre nossa capacidade de impedir que o aquecimento global chegue no ponto da irreversibilidade”, alerta.
Macedo ressalta que a solução para a crise ambiental não se contrapõe à busca de soluções para geração de emprego e renda no Brasil. Trata-se, na verdade, do oposto:
“Temos condições de contribuir de forma expressiva para evitar o aquecimento global usando algo que temos de muito importante, que é a maior no planeta. E podemos fazer isso gerando e distribuindo riqueza.”
Aproveitar este potencial significa envolver-se com novas formas de produção e geração de empregos e negócios, especialmente no campo. A bioeconomia, por exemplo, traz uma série de novos produtos e serviços que, além de atender a demandas de consumo, também contribuem para a regeneração e conservação do meio ambiente.
No caso de povos e comunidades tradicionais, que são os grandes responsáveis pelas florestas em pé na Amazônia, é preciso ainda pensar em formas de incorporá-los à nova economia sem que percam seus modos de vida.
As propostas elencadas pela Coalizão para integrar a geração de emprego e renda à agenda agroambiental, buscando soluções conjuntas para ambos, incluem:
Confira o documento completo com as propostas da Coalizão aqui.