Nº 86
02/2024

Tempo de leitura: 3 minutos

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Painel da Floresta, que reúne dados sobre produtos da bioeconomia, ganha autonomia

Informações usadas na plataforma são públicas e continuarão disponibilizadas de forma aberta e gratuita

Foto: gustavomellossa/iStock

O Painel da Floresta, plataforma criada por meio de parceria entre a Força-Tarefa (FT) Bioeconomia da Coalizão Brasil e a iniciativa Uma Concertação pela Amazônia, com recursos do Fundo JBS pela Amazônia, ganhou autonomia e passa a ser independente dessas redes.

Lançada em maio de 2023, a plataforma reúne dados sobre cadeias da bioeconomia como valor da produção, quantidade produzida, áreas de cultivo e a evolução ao longo dos anos. Os dados utilizados na plataforma são públicos e continuarão disponibilizados de forma aberta e gratuita a quem quiser consultá-los.

Na época de seu lançamento, o painel trazia dados sobre as cadeias do babaçu, cacau e açaí. Desde então, informações de outros produtos, como a madeira via extrativismo e de diversas frutas foram incorporadas, somando 28 cadeias mapeadas. Algumas foram temas de webinares, disponíveis no canal do YouTube da Coalizão.

Em sua nova fase, o Painel da Floresta segue sob a coordenação de Eduardo Roxo, sócio fundador da Atina. “Estamos em um processo de captação de recursos para continuar o trabalho. A plataforma deve se manter por meio de patrocínio, mas também por prestação de serviço, já que a equipe poderá fazer levantamento e análise de dados específicos para empresas e organizações interessadas”, explica.

A principal fonte de dados é a pesquisa da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas o objetivo, na nova fase do painel, é melhorar a apuração dessas informações e integrá-las às de outras organizações. Com a geração de conhecimento será possível, segundo Roxo, influenciar políticas públicas para bioeconomia e fomentar os mercados para esses produtos.

Roxo conta que o Painel da Floresta surgiu a partir da necessidade, identificada pela Coalizão, de entender o que é a bioeconomia no país e os seus desafios.

“A Coalizão foi um berço muito interessante, que reúne as melhores cabeças com conhecimento técnico, e que deu início aos primeiros questionamentos sobre a bioeconomia e seu tamanho no Brasil. Decidimos que a Força-Tarefa Bioeconomia precisava de um subgrupo para pesquisar dados sobre a cadeia e assim acabou nascendo o Painel da Floresta”, conta o coordenador.

Com o Painel consolidado, a FT Bioeconomia da Coalizão deve se voltar à discussão de outras abordagens sobre o tema.

“Temos identificado que o contexto político atual acabará por direcionar as prioridades da força-tarefa para as agendas de políticas públicas. Vamos contribuir com a criação de uma política nacional sobre o tema e com o desenvolvimento de biohubs, entre outras iniciativas”, diz Laura Lamonica, gerente executiva da Coalizão. “Acompanharemos, também, a intensa agenda sobre bioeconomia no G20, que tem sido capitaneada pelo governo brasileiro. Com isso, a frente de dados, que era um dos subgrupos da FT, abrirá espaço para novas discussões e renovação de liderança.”

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