Com a ratificação, uma jornada crucial e grandiosa

Quase um ano após apresentar à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima a contribuição do país (INDC) para o combate às mudanças climáticas, o governo brasileiro ratificou nesta segunda-feira o Acordo de Paris. Em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), o presidente Michel Temer formalizou esse passo decisivo rumo à economia de baixo carbono (leia aqui).

Vários membros da Coalizão estiveram presentes e celebraram o momento histórico: temos uma NDC, sem o “i”, de intenção. Agora, o documento do Brasil será enviado para ONU, seguindo o processo formal de adesão ao Acordo. E, o mais importante, cabe ao governo, em conjunto com a sociedade civil, planejar como implementará os compromissos assumidos.

Na semana passada, o novo relatório analítico do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, mostrou que o Brasil precisa ajustar os patamares de redução de emissão expressos na NDC.

Seguindo a metodologia de cálculo do Terceiro Inventário Nacional, temos de atingir 53% em 2025 e 57% em 2030, em relação às emissões de 2005. Em valores absolutos, os limites máximos respectivos devem ser de 1,3 bilhão e 1,2 bilhão de toneladas de CO₂e anuais.

Além de ajustar números, mais do que nunca, o Brasil terá de criar condições para lidar com as emissões de GEE em todos os setores da economia. O fato é que a Coalizão tem uma capacidade mobilizadora fundamental para colocar o país na nova ordem econômica global do século 21. Não podemos e não vamos perder essa oportunidade. A Coalizão está à disposição do país para definir o caminho que transformará a NDC em realidade.