10/2024

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Nova versão do Observatório da Restauração mapeia 150 mil hectares com a atividade no país

Área é 90% maior do que a identificada em 2021; plataforma foi lançada em evento em Brasília e reuniu autoridades e representantes de coletivos atuantes em biomas

André Guimarães faz abertura de evento de lançamento do Observatório da Restauração 2.0. Foto: Caio Santana

O Observatório da Restauração e Reflorestamento (ORR), plataforma desenvolvida pela Coalizão Brasil em parceria com outras organizações, lançou uma nova versão em evento realizado nesta quinta-feira (17), em Brasília. Esta é a primeira atualização desde seu lançamento, em 2021. Nos últimos três anos, a área mapeada com projetos de restauração no país aumentou 90%, totalizando cerca de 150 mil hectares.

Os biomas que contam com mais projetos de restauração são a Mata Atlântica (117 mil hectares, 77% do total) e o Cerrado (19,6 mil hectares, ou 13%). Na Amazônia, foram identificados 14,5 mil hectares em restauração (9,5%); na Caatinga, 114 hectares (0,08% do total) e, no Pampa, 11,3 hectares (0,07%). No caso do Pantanal, a coleta de informações está em estágio inicial. Três estados do Sudeste  – São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo – lideram o total de áreas em restauração.

O trabalho da equipe do ORR, nos últimos três anos, incluiu a qualificação dos dados compilados na primeira versão da ferramenta, a coleta de novas informações e o estabelecimento de parcerias com grupos atuantes no setor de restauração nos seis biomas brasileiros, conhecidos como coletivos biomáticos. São eles: Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, Rede pela Restauração da Caatinga, Pacto pela Restauração do Pantanal, Articulação pela Restauração do Cerrado (Araticum), Aliança pela Restauração da Amazônia e Rede Sul — esta última, com atuação no Pampa.

A parceria com os coletivos biomáticos permitiu que o observatório ganhasse capilaridade e, assim, reproduzisse com maior fidelidade o avanço da restauração no Brasil. “As organizações dos biomas são fortes parceiras na coleta de dados devido ao seu extenso alcance territorial e acesso aos atores que estão, de fato, implementando os esforços de restauração no campo”, explica Tainah Godoy, secretária-executiva do ORR.

A maioria dos projetos de restauração compilados pelo observatório ocorre em áreas de até cinco hectares — o equivalente a cinco campos de futebol —, mas há outros que chegam a 3 mil hectares. Entre os atores que promovem a restauração ecológica estão organizações da sociedade civil e associações, que buscam os benefícios ambientais da prática, e empresas, que se interessam pela comercialização de créditos de carbono e medidas de compensação ambiental. Os projetos são financiados por governos e bancos nacionais e internacionais.

“O levantamento de dados de monitoramento da restauração é essencial por várias razões. Traz informações cruciais para orientar políticas públicas e atrair investimentos tanto do governo quanto do setor privado para projetos na área. Além disso, garante visibilidade e transparência às iniciativas, permitindo seu reconhecimento por um público amplo”, explica Godoy.

Engajamento multissetorial

O evento de lançamento do ORR 2.0 foi realizado na sede do WWF Brasil, em Brasília, e contou com abertura de André Guimarães, diretor executivo do Ipam e membro do Grupo Estratégico (GE) da Coalizão. Guimarães moderou uma mesa sobre o engajamento multissetorial para potencializar o reporte de dados de restauração. No painel, estavam Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama; Fabíola Zerbini, diretora de Florestas do Ministério do Meio Ambiente; Thiago Belote, líder de Restauração do WWF; e Ana Claudia Destefani, secretária-executiva da Rede para a Restauração da Caatinga. Em seguida, Godoy apresentou os novos números do ORR e suas funcionalidades ao lado de Bárbara Paes, coordenadora de Dados do Observatório.

Acesse o ORR  aqui.

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