Iniciativas dedicadas à atividade estão concentradas na Região Sudeste, indica nova versão do Observatório da Restauração
Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo são os que mais promovem restauração ecológica, segundo o Observatório da Restauração e Reflorestamento (ORR). Somados, compilam 95 mil hectares, o equivalente a dois terços da área total de 150 mil hectares dessa atividade no Brasil. Esses dados estão na nova versão do ORR, lançada nesta quinta-feira (17). A plataforma, criada pela Coalizão Brasil e instituições parceiras, traz um mapeamento e dados de restauração no país.
São Paulo e Espírito Santo contam, respectivamente, com 37,1 mil e 27,7 mil hectares em áreas de restauração e têm plataformas próprias para monitoramento de ações relacionadas a esta atividade, o que proporciona um levantamento mais eficaz das informações. Especificamente no Espírito Santo, o setor foi impulsionado nos últimos anos pelo Programa Reflorestar, uma iniciativa do governo estadual que visa recuperar a cobertura da vegetação nativa e o ciclo hidrológico por meio de ações de restauração e conservação ambiental. Em Minas Gerais, o ORR identificou 30,4 mil hectares em restauração.
Além de abrigar mais hectares em recuperação, a Região Sudeste tem o maior número de iniciativas de restauração mapeadas pelo ORR: 50 no total. Em seguida vêm Norte (27), Nordeste (22), Sul (13) e Centro-Oeste (três).
Rio Grande do Norte, Roraima e Ceará são as unidades federativas com a menor área envolvida em projetos dessa atividade. Juntos, somam 2 mil hectares.
“A restauração de ecossistemas no Brasil ainda exige um longo caminho a ser percorrido. A meta do país é ambiciosa: restaurar ou colocar em processo de restauração 12 milhões de hectares até 2030”, destaca Tainah Godoy, secretária-executiva do ORR. “Os números refletem a magnitude do esforço necessário. Para alcançá-los, o poder público deve estabelecer mecanismos que viabilizem a restauração em larga escala. Esse avanço só será possível por meio de uma integração multissetorial e multiescalar, envolvendo governos, sociedade civil, academia e setor privado.”
Ranking dos municípios com mais restauração
Quando a lupa é voltada aos municípios, os bons resultados não ficam circunscritos apenas ao Sudeste. As cidades de Aimorés, em Minas Gerais, com 4.839 hectares; Regeneração, no Piauí, com 3.639 hectares; e Mutum, também no estado mineiro, com 2.910 hectares; são as líderes no ranking de restauração.
“Em Aimorés, ações de plantio, restauração e educação ambiental do Instituto Terra, organização sem fins lucrativos fundada por Sebastião Salgado, são responsáveis pela posição de destaque da localidade entre todas as cidades brasileiras. Perto de lá, em Mutum, as articulações para mudanças ambientais são feitas pela Fundação Renova e também têm grande relevância. Já em Regeneração, a rede Araticum (Articulação pela Restauração do Cerrado) promove iniciativas significativas de restauração na região”, explica Godoy.
Veja o ranking dos municípios:
1 – Aimorés (MG) – 4.839 hectares
2 – Regeneração (PI) – 3.639 hectares
3 – Mutum (MG) – 2.910 hectares
4 – Guanhães (MG) – 2.739 hectares
5 – Eunápolis (BA) – 2.695 hectares
6 – Pocrane (MG) 2.468 hectares
7 – Teodoro Sampaio (SP) 2.213 hectares
8 – São Félix do Xingu (PA) 2.212 hectares
9 – Montanha (ES) 2.200 hectares
10 – Aracruz (ES) 2.101 hectares