Representantes dos diversos setores contribuem para construção de propostas que visam o desenvolvimento sustentável do país
Dois meses após completar nove anos, a Coalizão ultrapassou, em agosto, o patamar de 400 membros em seus quadros. A rede mantém-se, desde sua fundação, fiel ao princípio de agregar organizações de diferentes setores para discutir e elaborar propostas para a agenda agroambiental do país. O objetivo é impulsionar o desenvolvimento sustentável e levar o Brasil à liderança da economia de baixo carbono.
“O marco dos 400 membros mostra a relevância da Coalizão e o interesse da sociedade em se aproximar do debate sobre o uso da terra”, avalia o cofacilitador Fernando Sampaio, diretor de Sustentabilidade da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec).
A cofacilitadora Renata Piazzon, diretora-geral do Instituto Arapyaú, exalta o engajamento de organizações da sociedade civil, setor privado, financeiro e academia no debate da rede.
“Trata-se de um momento de debate e ação rumo a uma agenda propositiva e positiva”, destaca. “Mostramos que o agro sustentável, que concilia natureza e pessoas, é inadiável. Só com o engajamento de múltiplos atores será possível construir um Brasil atento às urgências e dinâmicas do mundo contemporâneo.”
Sampaio faz coro à importância do envolvimento dos membros no cotidiano da Coalizão. Outra questão fundamental, sublinha, é que as medidas debatidas na rede sejam implementadas por seus integrantes:
“Mais relevante do que o número em si é que os membros participem ativamente, trazendo contribuições técnicas propositivas às forças-tarefa. E, principalmente, que cada um, em sua esfera de atuação, trabalhe para implementar soluções que permitam alavancar a agenda agroambiental no país.”
Ao ingressar na rede, os membros podem indicar em quais das 12 forças-tarefa (FTs) têm interesse em participar. As comunicações sobre elas e outras atividades da Coalizão são feitas por e-mails e grupos de WhatsApp.
Outro momento importante são as duas plenárias anuais – uma delas realizada entre junho e julho; a outra, em dezembro. Os encontros reúnem líderes de FTs, que detalham um balanço das atividades realizadas nos meses anteriores, bem como traçam perspectivas relacionadas a trabalhos de curto e médio prazo. O evento reúne ainda um painel de especialistas que debate um tema em evidência na opinião pública e afinado à agenda da Coalizão. Na última plenária, por exemplo, o assunto foi a atuação do Brasil em três conferências internacionais que serão realizadas no segundo semestre: a Climate Week de Nova York e as cúpulas de biodiversidade (COP 16) e clima (COP 29) da ONU.
Os integrantes da Coalizão também são convidados a participar de um encontro anual de membros. A segunda edição foi realizada online no último dia 1º de agosto. Na reunião, as organizações podem tirar dúvidas sobre a governança do movimento, entre outros assuntos.
Para Carolle Alarcon, gerente-executiva da rede, a Coalizão tem um “papel único no país”:
“É uma organização que não foge de sua proposta ousada, que é unir setores com diferentes visões sobre a agenda agroambiental”, assinala. “Nem sempre há consensos, nem isso é esperado. Mas uma prova incontestável de nossa força e credibilidade é o fato de chegarmos a 400 membros em apenas nove anos. Isso é fruto da convicção de que problemas complexos, como o uso da terra no Brasil, demandam soluções em rede. E assim nos tornamos um locus essencial para a discussão sobre um país mais sustentável.”