02/2023

Tempo de leitura: 5 minutos

Compartilhar

‘Quero aumentar a capacidade de advocacy da Coalizão’, diz Renata Piazzon

Articulações com o poder público em Brasília, diálogo com o setor produtivo e fortalecimento das forças-tarefa serão prioridades em 2023, afirma cofacilitadora

Renata Piazzon divulgacao Arapyau
Foto: Divulgação/Arapyaú

Renata Piazzon, advogada e diretora do Instituto Arapyaú, é a nova cofacilitadora da Coalizão Brasil. Com o anúncio, feito na 2ª Plenária de 2022, realizada em dezembro, ela passa a atuar na posição que antes era de Rachel Biderman, vice-presidente sênior para as Américas da Conservação Internacional (CI), e ao lado de José Carlos da Fonseca Jr., diretor-executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).

Antes, Piazzon já fazia parte do Grupo Executivo (GX) da Coalizão e dividiu a liderança do Comitê Eleições com Paulo Dallari, diretor de Relações Institucionais da Natura &Co. Entre as prioridades assumidas por ela à frente da cofacilitação estão aumentar a capacidade de advocacy da Coalizão e fortalecer a participação de organizações do setor agropecuário dentro do movimento.

Nesta entrevista, a cofacilitadora também revela suas expectativas com relação às Forças-Tarefa (FTs). “São grupos que conhecem profundamente seus temas e têm capacidade técnica e articulação política. É fundamental que elas sejam mantidas e fortalecidas”, diz.

Além dessas atuações, Piazzon também é membro do Conselho Consultivo do Instituto Akatu, do Grupo Jurídico do Sistema B Brasil e do projeto Realidade Climática.


Como foi a sua participação até o momento na Coalizão e o como surgiu o convite para ser cofacilitadora?

Conheci a Coalizão na COP 21, em 2015, em Paris, quando era advogada na área ambiental. Acompanhei toda a trajetória do movimento e, quando entrei no Instituto Arapyaú, três anos depois, a Coalizão já era uma rede prioritária para nós, dentro da nossa estratégia de fomentar redes transformadoras. Passei a integrar o GX e a participar das reuniões do GE e sempre acompanhei, com muita admiração, o trabalho dos facilitadores.

Recebi o convite para ser cofacilitadora por parte da Rachel [Biderman] na Climate Week, em Nova York, no ano passado. É um grande desafio substituir a liderança feminina da Rachel, por quem nutro muita admiração. Também recebi o convite com muita animação, especialmente depois do resultado das eleições. Acho que é um novo momento para a Coalizão, que resistiu nos últimos quatro anos e tem agora o desafio de se posicionar, com uma abertura ainda maior para o diálogo com os governos federal e subnacionais e o Congresso.

Qual será a sua missão na facilitação?

Quero contribuir para que a Coalizão aumente sua capacidade de articulação e advocacy e retome uma participação maior do agro dentro da rede. Acho que isso será uma prioridade de engajamento, desde a agricultura familiar até o agronegócio, para construir uma agenda propositiva na temática agroambiental. Então, são dois os principais desafios: a retomada do agro na Coalizão e o fortalecimento da capacidade de articulação e advocacy em Brasília.

Tem faltado uma maior participação do agro na Coalizão?

Acredito que, devido a muita pressão nos últimos anos, algumas entidades relevantes do setor saíram ou acabaram por diminuir sua participação na Coalizão. Essa retomada de diálogo e participação das organizações do agronegócio dentro da Coalizão é fundamental.

Como membro do GX, como você enxergava o trabalho das Forças-Tarefa e qual será o seu papel junto a elas como cofacilitadora?

O meu contato mais próximo com as FTs foi no ano passado, quando liderei o Comitê Eleições junto com o Paulo Dallari, e vi o potencial da produção técnica e normativa desses grupos. São grupos que conhecem profundamente seus temas e têm capacidade técnica e articulação política. É fundamental que as Forças-Tarefa sejam mantidas e fortalecidas, mas acredito que precisamos priorizar o que vamos fazer, porque o advocacy efetivo acontece quando você tem um foco muito claro na priorização das propostas que serão colocadas à mesa.

Qual avaliação você faz sobre o trabalho do Comitê Eleições?

Acho que teve um trabalho de aprendizado de 2018, que foi focar não necessariamente no período de campanha, mas no pós-eleições, no diálogo com os governos eleitos. Temos um documento que sintetiza as propostas para o Dia 1 e para os primeiros 100 dias do período de mandato, mas temos também um documento técnico robusto, que fundamenta essas recomendações. Na verdade, esse documento é o início de um processo. Vamos usar muito as notas técnicas produzidas pelas FTs para pautar o advocacy do ano.

Leia mais:

Ex-lideranças da Coalizão avaliam relação da rede com novo governo
Rota Eleições apresentou propostas da Coalizão à sociedade e a políticos
Coalizão faz revisão estratégica de pautas após início de novo mandato legislativo
Publicação apresenta propostas para regulamentação da Lei de PSA

Assine nossa Newsletter
Não foi possível salvar sua inscrição. Por favor, tente novamente.
Sua inscrição foi realizada com sucesso.