08/2023

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Coalizão contribuirá para busca de soluções após a Cúpula da Amazônia

Movimento levou sua agenda a diálogos em Belém e quer ser ativo na proposição de estratégias para o desenvolvimento sustentável dos países reunidos na conferência

Representantes da sociedade civil reúnem-se nos Diálogos Amazônicos, série de debates que ocorreu antes da Cúpula de Belém. Foto: Sabrina Fernandes/Arapyaú

As discussões da Cúpula da Amazônia, realizada em Belém nos dias 8 e 9 de agosto, reforçaram o entendimento entre os países amazônicos de que é preciso construir uma agenda conjunta pelo desenvolvimento sustentável da região. Trouxe, ainda, desafios com as quais a Coalizão Brasil poderá contribuir, visando o combate ao desmatamento e a geração de emprego e renda no campo.

“A cúpula mostrou que todas as nações da região enfrentam desafios e problemas similares, justificando uma abordagem conjunta em várias esferas, desde a luta contra o desmatamento até iniciativas relacionadas à bioeconomia”, avalia Renata Piazzon, cofacilitadora da Coalizão e diretora-geral do Instituto Arapyaú.

Piazzon destaca, ainda, o papel do Brasil na articulação do encontro, concluído com uma série de recomendações que reforçarão a governança da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), criada em 1995, e que hoje visa alcançar o desenvolvimento sustentável da região. “É extremamente positivo ver o Brasil reassumindo o protagonismo na Pan-Amazônia e demonstrando interesse em agir em conjunto com os países vizinhos”.

Paulo Dallari, membro do Grupo Executivo (GX) da Coalizão e diretor de Relações Governamentais da Natura &Co., também avalia como positiva a proposta de construção de um caminho de integração. “Houve um avanço que deve ser reconhecido. Há um plano e uma vontade política de fortalecer a OTCA, e é preciso integração, com diálogo unificado”, afirma, ressaltando que os países precisam chegar à COP 30 com um posicionamento claro e bem alinhado.

A Declaração de Belém, documento divulgado pelos países amazônicos na Cúpula, sublinha pontos convergentes com as propostas da Coalizão. “É uma agenda que dialoga muito com a de nossa rede, porque conecta elementos de conservação ambiental com produção e melhoria de qualidade de vida das pessoas”, explica Dallari.  

De acordo com o membro do GX, a Cúpula trouxe orientações para o aprofundamento de políticas públicas integradas e a criação, dentro da OTCA, de fóruns e grupos de trabalho para a busca de soluções conjuntas. Estas iniciativas trazem complexidade, devido às particularidades de cada país, mas, também, oportunidades. 

“São espaços que a Coalizão precisa acompanhar e participar, levando sua expertise de construção de consensos e os diversos temas que viemos tratando como prioritários.”

A forte presença da sociedade civil em Belém, em especial nos Diálogos Amazônicos, realizados nos dias que antecederam a cúpula, também foi um destaque. Para Dallari, os diferentes grupos presentes no encontro, como organizações da sociedade civil e representantes de povos indígenas e comunidades tradicionais, ocuparam o espaço que foi disponibilizado e buscaram se fazer ouvir. Há, no entanto, desafios: “Apesar de a participação social ter se dado de forma muito intensa, as conversas foram isoladas, com os grupos falando muito entre si. Precisamos pensar em caminhos de convergência.” 

Para Piazzon, a sociedade civil brasileira fez uma “reflexão importante nos Diálogos Amazônicos” e mostrou disposição para acompanhar as diretrizes estabelecidas na cúpula: ”Pretendemos assegurar que o Brasil esteja comprometido em aproveitar as oportunidades para nosso desenvolvimento sustentável que virão nos próximos anos, com a presidência do G20 em 2024 e a organização da COP 30 em 2025”, afirma.

Coalizão Brasil em Belém

A Coalizão manteve uma agenda intensa durante a Cúpula da Amazônia e nos dias que antecederam o encontro dos países membros da OTCA e de nações convidadas.

Além de enviar uma carta aos chefes de Estado dos países amazônicos, reforçando a urgência de se combater o desmatamento e de criar alternativas econômicas sustentáveis, a Coalizão levou suas propostas para diversos eventos realizados nos Diálogos Amazônicos.

O movimento foi correalizador de debates sobre os desafios de se dar escala à bioeconomia e à rastreabilidade da carne. Também participou de uma discussão, com diversas organizações, sobre como a sociedade civil pode contribuir para o desenvolvimento inclusivo e sustentável da Pan-Amazônia como potência climática.

Porta-vozes representaram a rede em outros painéis, que abordaram temas como o Plano de Transição Ecológica, estratégias nacionais para biodiversidade e mecanismos financeiros para a promoção da economia de baixo carbono. A Coalizão apoiou, ainda, um seminário sobre inovação, finanças e natureza realizado logo após a Cúpula, também em Belém. Confira aqui a programação cumprida pelo movimento na capital paraense.

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