08/2023

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Coalizão entrega propostas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia

Em documento enviado a autoridades de países da região que vão se reunir em cúpula em Belém, movimento reivindica combate ao desmatamento e criação de alternativas econômicas sustentáveis

Gustavo Frazão/Shutterstock

O desenvolvimento sustentável dos oito países amazônicos passa pelo combate ao desmatamento e pela criação de alternativas para geração de emprego e renda, viabilizando a manutenção da floresta em pé. A mensagem é destaque de uma carta aberta enviada esta semana pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura a representantes das nações da região, como ministérios e embaixadas.

Leia a carta aberta aqui.

Chefes de Estado e outras autoridades dos oito países amazônicos, além de nações convidadas, estarão reunidos nos dias 8 e 9 de agosto em Belém, na Cúpula da Amazônia. Para a Coalizão, trata-se de uma oportunidade para que as partes discutam os desafios que compartilham.

Fundada em 2015, a Coalizão reúne mais de 360 organizações, entre entidades do agronegócio, empresas, organizações da sociedade civil, setor financeiro e academia. Na carta, a rede avalia que, “embora imprescindível, a fiscalização não é o único componente necessário para garantir uma Amazônia preservada, próspera e comprometida com a inclusão social e o desenvolvimento econômico. Também se faz necessário oferecer alternativas sustentáveis àqueles que tiram seu sustento do desmatamento e de práticas impróprias, bem como impedir que tais atividades sejam consideradas atrativas no contexto econômico.”

Portanto, além do combate à ilegalidade no bioma, o movimento recomenda a criação de vetores para geração de emprego e renda, como:

A carta ressalta, ainda, “a urgência do fortalecimento da rastreabilidade das cadeias produtivas”, que ganhou novos contornos após a aprovação de legislações no exterior que proíbem a importação de commodities produzidas em locais com ocorrência de desmatamento. Atacar este problema, segundo a Coalizão, demandará investimentos em tecnologias de rastreamento e o georreferenciamento de diversas commodities, que têm peso expressivo na balança comercial brasileira.  

Cofacilitadora da Coalizão e diretora geral do Instituto Arapyaú, Renata Piazzon avalia que a Amazônia deve ser pensada de forma conjunta:

“Existem dois grandes eixos que devem ser considerados nas decisões, planos, metas e compromissos que forem assumidos na Cúpula da Amazônia. São eles: o combate à ilegalidade, como o desmatamento, e a promoção de um desenvolvimento sustentável e inclusivo para as quase 30 milhões de pessoas que nela vivem”. Uma estratégia está intrinsecamente ligada à outra”, explica.

Para José Carlos da Fonseca, cofacilitador da Coalizão e diretor executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), a cúpula em Belém representa um momento para discussão sobre “desafios compartilhados”:

“A Cúpula da Amazônia evidencia o engajamento dos oito países da região na busca de soluções para desafios compartilhados, como o combate ao desmatamento, e de sinergias para o desenvolvimento sustentável, com vistas à melhoria da qualidade de vida das populações que habitam a região. É um momento importante para reconhecer o valor da megabiodiversidade pela qual somos privilegiados responsáveis”, ressaltou.

Para a Coalizão, a Cúpula da Amazônia dá início a uma trajetória de construção de uma nova economia para o Brasil, que seguirá em 2024, quando o país assumirá a presidência do G20, e em 2025, ano em que sediará a COP 30, também na capital paraense.

“Uma aliança ambiciosa entre os países amazônicos tem enorme papel a desempenhar para o futuro sustentável do planeta. A lista de obrigações é extensa, mas as oportunidades também são múltiplas.”, conclui a carta da Coalizão.

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