Coalizão participa da Conferência do Clima, que traz a expectativa de avanços na implementação de medidas urgentes para conter o aquecimento global
Plenária de abertura da COP 27. Foto: UNclimateChange Flickr
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 27, que acontece em Sharm el-Sheikh, no Egito, segue até o dia 18 de novembro e a Coalizão Brasil estará presente, acompanhando de perto as negociações. O movimento também realizará eventos na convenção, que é o mais importante encontro internacional anual sobre clima.
A COP 27 ocorre tendo como pano de fundo a guerra na Ucrânia, que tem elevado o preço de alimentos e da energia, principalmente na Europa, dificuldades somadas ainda aos impactos da pandemia de Covid-19.
“Por conta desse cenário, não foi destinado, pelo bloco europeu, todo o dinheiro prometido a ações relativas às mudanças climáticas. Então, a questão financeira volta a ser central no debate”, explica Marcelo Furtado, diretor da Nature Finance e membro do Grupo Estratégico (GE) da Coalizão. Ele ressalta, também, que o mundo esperava que esta conferência já fosse de “ação”, o que não deve se confirmar.
Para José Carlos da Fonseca, diretor-executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e cofacilitador da Coalizão, a COP 27 precisará ir “além das promessas”, tendo como meta a construção de planos para implementação de medidas urgentes. Fonseca acredita que a crise energética europeia ameaçará o compromisso de manutenção do aumento da temperatura global em até 1,5 grau Celsius até 2030.
“Está cada vez mais difícil atingirmos essa meta. Por isso, é ainda mais urgente que países como o Brasil parem o desmatamento imediatamente e invistam no mercado de carbono para que possamos conter a elevação da temperatura”, alerta.
Furtado pondera que, para o sucesso das negociações, os países e as organizações da sociedade civil precisarão adotar uma nova abordagem.
“Não basta mais olhar para a mitigação das mudanças climáticas e redução da emissão de gases de efeito estufa. Isso não é mais suficiente. Esta COP exige um olhar integrado para o que acontece com a biodiversidade e a natureza no planeta.”
Coalizão na COP
A exemplo das COPs anteriores, a Coalizão também terá papel atuante nesta edição. A mensagem principal deve girar em torno das propostas elaboradas para os candidatos à eleição, documento sobre o qual o movimento trabalhou ao longo de 2022. “Este material pode contribuir muito para que o país tenha um plano concreto em relação às mudanças climáticas para discutir na COP”, diz Fonseca.
Furtado, por sua vez, ressalta que as propostas do movimento estão alinhadas com os desafios em debate na COP.
“Acredito que possamos aprofundar os debates sobre a dimensão de adaptação às mudanças climáticas e, inclusive, sobre o investimento financeiro necessário para fazer a transição em direção a essa nova realidade. Isso é importante em especial para o Brasil, pois é um dos maiores produtores de alimentos do mundo e tem um grande ativo de florestas a ser conservado”, afirma Furtado.
Debate no espaço oficial
Neste ano, a Coalizão realizará, junto com organizações parceiras, um evento no espaço oficial da Convenção-Quadro das Naçõe Unidas para a Mudança do Clima (UNFCCC), além de painéis no Brazil Climate Action Hub e no Hub Amazônia Legal.
Saiba mais sobre a Coalizão na COP
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- As negociações sobre o mercado de carbono
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