Nº 84
12/2023

Tempo de leitura: 4 minutos

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COP 28 integra debate sobre agricultura e ação climática

Declaração inédita prevê elaboração de políticas públicas para redução de emissões no setor; conferência trouxe referência sem precedentes à transição dos combustíveis fósseis 

Participantes do painel “A transição dos sistemas alimentares e suas implicações para o meio ambiente, consumo e saúde pública”. Foto: Renato Grandelle

Segurança alimentar, um dos pilares da agenda agroambiental proposta pela Coalizão Brasil, foi um dos grandes temas da COP 28. Mais de 150 países, incluindo o Brasil, assinaram a “Declaração sobre Agricultura Sustentável, Sistemas Alimentares Resilientes e Ação Climática”, que prevê que as nações elaborem políticas voltadas à redução da emissão de gases-estufa pelo setor.

Mariana Pereira, líder da Força-Tarefa (FT) Segurança Alimentar da Coalizão e gerente de Meio Ambiente e Qualidade da Fundação Solidaridad, reforça o papel da rede no avanço do tema. “A Coalizão está comprometida, a partir de 2024, a desenvolver internamente essa agenda por meio da FT. Entendemos que segurança alimentar é essencial para o avanço das discussões climáticas e para a redução de emissões”, afirma.

Restauração florestal nos eventos paralelos

Membro do Grupo Executivo da Coalizão e diretora de Políticas Públicas e Relações Governamentais da TNC Brasil, Karen Oliveira avalia que os temas da COP avançaram de forma diferente em seus dois principais espaços.

“A Conferência do Clima deve ser dividida em duas frentes que se complementam. De um lado, as negociações que reúnem mais de 190 países dentro do sistema das Nações Unidas e, de outro, aquilo que poderíamos chamar de o maior congresso mundial de clima”, explica. “No segundo espaço, destaco os avanços da restauração, que ganhou editais do BDNES e o anúncio, feito pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, de uma iniciativa global pelas florestas. Ainda que sua governança e o fluxo financeiro não tenham sido definidos, trata-se de uma oportunidade inovadora de conversão de dívida externa para investimentos em restauração.”       

Missão 1,5º C continua firme para Belém

O texto final da COP 28, o “Consenso dos Emirados Árabes Unidos”, não apresentou metas para o fim do uso dos combustíveis fósseis. Entretanto, André Guimarães, diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e membro do Grupo Estratégico da Coalizão, diz que há motivos para otimismo.

“Em um país produtor de petróleo, com a participação de tantas empresas de petróleo e carvão, foi positivo ter esses atores à mesa, discutindo o assunto nesse ambiente pela primeira vez”, afirma. “É uma oportunidade para aprofundarmos isso na COP 30, no Brasil. Quem sabe, além de promovermos meios para a transição alimentar, também poderemos apontar um caminho para sairmos dos combustíveis fósseis.”

Entre os avanços presentes no texto final da COP 28 estão:

A conferência também marcou o início da operacionalização do Fundo de Perdas e Danos, que recebeu anúncios de US$ 792 milhões em investimentos.

Eventos da Coalizão na COP 28

Coalizão Brasil esteve presente em eventos organizados em parceria com outras organizações ou como entidade convidada. Saiba mais sobre essa participação aqui.

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