Iniciativa liderada pela Coalizão participa de debate sobre integração de plataformas que monitoram áreas restauradas no planeta
Apoiar a restauração ecológica exige a integração de diferentes sistemas que monitoram a atividade em escala global. O tema foi debatido na Conferência de Biodiversidade da ONU (COP 16), em um painel que reuniu representantes de plataformas dedicadas ao setor. Um dos casos de sucesso apresentados foi o Observatório de Restauração e Reflorestamento, liderado pela Coalizão Brasil.
O movimento dividiu a organização do encontro com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), CDB, União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN), Restor e UN Decade on Restoration (Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas). O objetivo foi apresentar as plataformas existentes em diversos países e destacar os esforços para integrá-las. A visão unificada dos dados tem grande importância para o cumprimento da Meta 2, do Acordo de Kunming-Montreal, que visa restaurar 30% dos ecossistemas degradados até 2030.
Yelena Finegold, forestry officer da FAO, apresentou o Framework for Ecosystem Restoration Monitoring (FERM), uma ferramenta lançada em 2019 com o objetivo de promover o monitoramento transparente e operacional das atividades de restauração em todo o mundo. A plataforma é aberta para registro público de parceiros, entre eles o ORR.
Carolle Alarcon, gerente executiva da Coalizão, destacou que o ORR, no ar desde 2021, inaugurou sua nova versão em 17 de outubro. Nela, a plataforma mapeou 150 mil hectares em restauração ecológica, um aumento de 90% em relação às áreas compiladas três anos atrás. “Foi muito importante apresentar o ORR a uma audiência composta por especialistas de diversos países, o que nos consolida como um ator importante no tema da restauração”, analisou.
Outras plataformas apresentadas no evento foram o Restoration Barometer, da IUCN; o AFR100, que abrange a restauração na África; e o Restor, plataforma global com 2.100 projetos em todo o mundo.
Julian Fox, team leader Forest Monitoring da FAO, exaltou o alto nível de colaboração e interoperabilidade alcançado pelas diversas ferramentas integradas à FERM. “É de grande importância reunir dados de diversos projetos de restauração, vinculando atividades nacionais em uma estrutura unificada e conectando países por meio de metas de restauração compartilhadas”, disse.